29 outubro 2010

Mas, ainda antes de ir descansar...


... um assunto a que não faltarei logo que regresse (via Escola da Setora):

Mais 5 anos de Cavaco

Por Vasco Pulido Valente, no Público

Numa atmosfera de grande exaltação e triunfo, o dr. Cavaco apresentou a sua segunda candidatura à Presidência da República. Parece que na sala do CCB, a mesma onde ele apresentara a primeira, ninguém deu pelo facto trivial de que ele falhara miseravelmente durante todo o seu mandato. O Cavaco de 2005 não se resignava "a um crescimento medíocre da economia", nem ao aumento do desemprego e da pobreza. O Cavaco de 2005 queria tirar outra vez Portugal da "cauda da Europa" e era esse o seu principal objectivo. O Cavaco de 2005 criticava duramente "a má relação custo-eficácia dos serviços públicos": causa principal da "crise das finanças públicas". Vale a pena comentar? Em 2005, Cavaco prometeu o que não podia prometer e assistiu, inerme, à desgraça dos portugueses.

Voltou agora, como sempre fez desde o princípio, com um extravagante elogio da sua pessoa. A acreditar nele, as virtudes que o ornam não acabam mais: "conhecimento, experiência, rectidão, serenidade, realismo e bom senso". Resistirá o cidadão comum a tão perfeito herói? Não é provável. Sobretudo se engoliu o elogio histórico que humildemente o dr. Cavaco se dispensou a si próprio. "Sei bem", avisou ele, "que a minha magistratura de influência produziu resultados positivos"; mas também sabe - e Sócrates que tome nota - que o governo, por pura maldade, não aproveitou como devia essa caridosa benesse. De qualquer maneira, em que abismo estaria hoje Portugal, sem a intervenção de Cavaco? O homem providencial que alertou, que avisou, que estimulou o compromisso (e a moderação), que apontou radiosos caminhos do futuro e defendeu lá fora o santíssimo interesse nacional? Estaria com certeza muito mal, se já não estivesse como está.

Em 2010, Cavaco, que mandou uma eternidade neste pobre país, resolveu por razões obscuras mudar da "magistratura de influência" para uma nova espécie de magistratura que ele chama "activa". Claro que em nome da sua dignidade e da dignidade do Estado não revelou o que entendia por "activa". Até porque a Constituição lhe atribui um papel essencialmente decorativo e Cavaco, coitado, não é De Gaulle. É só uma pequena parte da farsa política portuguesa. Suponho que vai ganhar em Janeiro e presidir, empertigado, à dissolução do país, com algumas sentenças pelo meio. O facto básico da sua irremediável impotência não lhe deixa outro destino. Nem ele o merece.

Volto na terça-feira à noite

28 outubro 2010

Tarek Aziz ou Do ridículo que mata

Quando ouço falar de Tarek Aziz, a primeira coisa que me vem à memória é aquela figura patética a fazer declarações pateticamente inverosímeis sobre a vitória das tropas iraquianas enquanto os exércitos aliados entravam em Bagdad. A de uma espécie de palhaço sinistramente tolo, que se tenha encarregado da tarefa de fazer-nos descrer definitivamente da humanidade. Não é, portanto, de espantar, o seu fim, um fim de assassino ridículo que coloriu o seu país de um ridículo assassino.

A esse mesmo propósito, escreveu Nicolau Saião:

«TAREQ AZIZ CONDENADO À MORTE PELA REPRESSÃO BRUTAL QUE ENCABEÇOU CONTRA OS CURDOS E XIITAS – dos jornais

Este émulo de Goebbells e Stalin numa mistura de amigalhaço do Vaticano pensou durante algum tempo que os seus crimes iam ficar impunes. Enganou-se. Não me espanta que os politicamente correctos e os da "agit-prop" mais safada chorem sobre ele lágrimas de crocodilo. É o estilo deles - e a sua tarefa natural.

Este melífluo cavalheiro, pela boca de quem se viram passar as justificações e os branqueamentos mais cínicos ao serviço do déspota e seus apoiantes, decerto terá tido oportunidade de meditar na frase de Churchill: "É possível enganar todos durante muito tempo, alguns durante todo o tempo, mas não se consegue enganar todos durante TODO o tempo".

E o resto é conversa.»

36 anos e meio depois


Diálogo que ouvi, hoje, entre duas docentes:
A mais velha:
- Olha quem ele é...!
A mais nova:
- Quem?
A mais velha:
- Aquele, ali...
A mais nova:
- Quem é?
A mais velha:
- Então, é o (...)
A mais nova:
- Quem é esse?
A mais velha (espantada):
- Então, é um dos que fizeram o 25 de Abril...!!
A mais nova:
- Não pooosso...! Olha, não fazia a mínima...!
Resta dizer que, tanto quanto me foi possível averiguar, a docente mais nova, além de se ter licenciado com uma boa nota, é uma excelente pessoa. E que foi encarregada, pelo estabelecimento de ensino onde lecciona, de orientar a comemoração da Revolução dos Cravos.
Mas, na altura, só pensei cá para comigo:
- Havias de estar cá antes do 25 de Abril, a ver se não sabias quem era o Salazar...!

No que redunda a escola-cor-de-rosa...


... ou De quando a escola deixa de ser dirigida pelo mais elementar bom-senso; ou De quando a escola serve para criar gabinetes ministeriais de pedagogia; ou De quando a escola serve para garantir votos; ou...

E por aí fora. Até à vitória final.

O Governo aprovou hoje em Conselho de ministros a criminalização da violência escolar. O bullying também está previsto.

Esta Proposta de Lei, aprovada hoje na generalidade, visa estabelecer o crime de violência escolar, abrangendo os maus tratos físicos ou psíquicos, incluindo castigos corporais, privações da liberdade e ofensas sexuais, a qualquer membro da comunidade escolar a que também pertença o agressor.

"O novo crime de violência escolar, a instituir, abrange o fenómeno correntemente designado como bullying cujos efeitos, além dos imediatamente produzidos na integridade pessoal das vítimas, se repercutem no funcionamento das escolas e na vida diária das famílias", lê-se no comunicado do Conselho de Ministros.

Segundo o Governo, "além da punição inerente à prática daqueles actos, pretende-se que a criação do novo crime de violência escolar produza um efeito dissuasor, contribuindo para a manutenção da necessária estabilidade e segurança do ambiente escolar".

No 'briefing' do Conselho de ministros, a ministra da Educação explicou que, este diploma pretende tipificar o crime de violência escolar, distinguindo as situações mais graves das menos graves.

"Naturalmente, que as menos graves deverão ser resolvidas pela direcção das escolas, pelos docentes com co-responsabilização das famílias e dos próprios alunos no quadro do estatuto do aluno", sublinhou Isabel Alçada.

"Temos ainda que distinguir os menores dos maiores", sublinha a ministra, acrescentando que "no caso de se tratar de um menor, entre 12 e 16 anos, que são inimputáveis em termos de lei penal, naturalmente que são medidas tutelares educativas, ou seja, todo o tipo de medidas que são tomadas no quadro da intervenção dos órgãos competentes quando há casos de crimes que envolvem menores".

"No caso dos maiores, o paralelismo pode ser feito em relação aos crimes de violência doméstica e nesse caso vai de um a cinco anos de prisão", conclui.

Recebido por email


«Uma experiência socialista... em 1931.

Um professor de economia da universidade Texas Tech disse que raramente chumbava um aluno, mas tinha, uma vez, chumbado uma turma inteira.

  • Esta turma em particular tinha insistido que o socialismo realmente funcionava: ninguém seria pobre e ninguém seria rico, tudo seria igualitário e "justo".
  • O professor então disse, "Ok, vamos fazer uma experiência socialista nesta classe.
  • Ao invés de dinheiro, usaremos as vossas notas dos exames."
  • Todas as notas seriam concedidas com base na média da turma e, portanto seriam "justas".
  • Isto quis dizer que todos receberiam as mesmas notas, o que significou que ninguém chumbaria.
  • Isso também quis dizer, claro, que ninguém receberia 20 valores...
  • Logo que a média dos primeiros exames foi calculada, todos receberam 12 valores.
  • Quem estudou com dedicação ficou indignado, pois achou que merecia mais, mas os alunos que não se esforçaram ficaram muito felizes com o resultado!
  • Quando o segundo teste foi aplicado, os preguiçosos estudaram ainda menos - eles esperavam tirar notas boas de qualquer forma.
  • Aqueles que tinham estudado bastante no início resolveram que também eles se deviam aproveitar da media das notas.
  • Portanto, agindo contra os seus principios, eles copiaram os hábitos dos preguiçosos.
  • O resultado, a segunda média dos testes foi 10.
  • Ninguém gostou.
  • Depois do terceiro teste, a média geral foi um 5.
  • As notas nunca mais voltaram a patamares mais altos, mas as desavenças entre os alunos, procura de culpados e palavrões passaram a fazer parte da atmosfera das aulas daquela turma.
  • A busca por 'justiça' dos alunos tinha sido a principal causa das reclamações, inimizades e senso de injustiça que passaram a fazer parte daquela turma.
  • No fim de contas, ninguém queria mais estudar para beneficiar os outros.

Portanto, todos os alunos chumbaram...

Para sua total surpresa.

O professor explicou que a experiência socialista tinha falhado porque ela era baseada no menor esforço possível da parte de seus participantes.

  • Preguiça e mágoas foi o seu resultado.
  • Sempre haveria fracasso na situação a partir da qual a experiência tinha começado.

"Quando a recompensa é grande", disse, o professor, "o esforço pelo sucesso é grande, pelo menos para alguns de nós. Mas quando o governo elimina todas as recompensas ao tirar coisas dos outros sem o seu consentimento para dar a outros que não lutaram por elas, então o fracasso é inevitável."

O pensamento abaixo foi escrito em 1931.

"É impossível levar o pobre à prosperidade através de leis que punem os ricos pela sua prosperidade. Por cada pessoa que recebe sem trabalhar, outra pessoa tem de trabalhar recebendo menos. O governo só pode dar a alguém aquilo que tira de outro alguém.

Uma experiência socialista ... em 1931.

Quando metade da população descobre de que não precisa de trabalhar, pois a outra metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar aprimeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma nação.

É impossível multiplicar riqueza, dividindo-a."

Adrian Rogers, 1931»

Deixando de lado o ser a situação um exagero metodológico necessário à maior clareza da argumentação, vale, digo eu, para pôr a esquerda folclórica a pensar - o que já não é mau - sobre as diferentes e múltiplas consequências que os diferentes socialismos acarretam e têm acarretado.

Da banca quase rota


Diz-se no Fiel Inimigo:

Dos nossos amigos inimigos

Esta coisa recorda-me os anos 70.
Estava no poder uma corja socialista de idêntico calibre à de hoje quando os bancos foram nacionalizados.
Pouco tempo passou e já à beira do abismo reclamou-se a intervenção do FMI. Teso que nem carapau seco, apenas com avales do FMI Portugal poderia conseguir o crédito indispensável à sobrevivência. O FMI veio cá, explicou o que havia a fazer, a coisa fez-se e, mesmo periclitantemente, o país endireitou-se e o FMI foi-se embora.
Mas houve um pormenor caricato. Quando Portugal pediu a intervenção do FMI, encontrou do outro lado da mesa os mesmos e exactos banqueiros que tinham sido corridos quando das nacionalizações.

27 outubro 2010

Por um lado, apetecia-me...

... vir para aqui falar de umas coisitas: do lançamento da candidatura de Cavaco Silva, do que respeita à definição das diferenças reais entre o sistema republicano e o sistema monárquico bem como ao problema da legitimidade de D. Duarte de Bragança quanto à herança do trono... Mas, por outro, hoje já me sinto demasiado cansado para o conseguir.
Por isso, e como tenho a eternidade toda para o fazer, deixo aqui, para já, isto:

Procura-se


No Lisboa-Telaviv (ler também o que está na caixa de comentários):

Ao fim de 9 anos a usar as Áreas Curriculares Não Disciplinares para a doutrinação de alunos e professores, os socialistas descobriram aquilo que já quase todos sabiam: a Área de Projecto e o Estudo Acompanhado não tiveram impacto nas aprendizagens. Sustentam a descoberta com vários estudos que se realizaram sobre esta matéria, e sugerem que apesar disso a metodologia de projecto pode e deve continuar ser usada no âmbito de cada disciplina.
A sugestão é por si só descabelada: pois se vale zero em termos de aprendizagem, por que é que os professores hão-de seguir este método nas suas disciplinas? Mas esta contradição ainda é o menos, visto que não passa de uma desculpa de mau pagador. O grave é não terem tirado a conclusão principal: as reformas educativas baseadas no eduquês e na pedagogice são um embuste, não funcionam, e apenas têm como finalidade perpetuar o socialismo.
O que agora está a acontecer com a Área de Projecto é apenas mais um exemplo da gestão irresponsável e ruinosa que o PS faz na Educação desde 1995. Não é compreensível que em 2001 se tenha forçado um sistema inteiro a adoptar uma metodologia pedagógica que não tem impacto nas aprendizagens. Por que é que foi introduzida? Por que é que não foi testada e avaliada antes da inclusão no currículo nacional? E por que é só agora é que foram feitos os vários estudos sobre esta matéria? Estas são as perguntas que qualquer Oposição deveria fazer, uma vez que a introdução da Área de Projecto, do Estudo Acompanhado e da Formação Cívica, custou ao Estado centenas de milhões de euros. Na altura, em 2001, foi necessário contratar e efectivar milhares de professores - o mesmo número que em Setembro vai ser dispensado. Agora, e perante a falência eminente do país, os mesmos irresponsáveis que garantiam que as ACND seriam o paraíso das escolas e o grande salto em frente da educação em Portugal, vêm concluir que afinal tudo não passou de um enorme fiasco. Mais um fiasco. Mais uma reforma falhada.
Alguém deveria ser responsabilizado por este tremendo erro de política educativa, mas principalmente pelos milhões de euros atirados à rua. E esse alguém tem um nome: Ana Benavente, pois foi ela a principal responsável por este disparate. Ana Benavente, para além de ter o defeito de ser uma das principais ideólogas do PS em matéria de Educação, é a par de Maria de Lurdes Rodrigues uma das principais coveiras do ensino em Portugal. E por isso deve ser denunciada e responsabilizada.

Porque - 1



... digo eu, segundo o Diário de Notícias,


«Portugal teve o terceiro menor crescimento económico do mundo na última década (6,47%), ganhando apenas à Itália (2,43%) e ao Haiti (-2,39%), numa lista de 180 países publicada pelo El País com base em dados do FMI.

Embora o jornal espanhol reconheça que "quando as economias alcançam um certo nível de desenvolvimento, o ritmo de crescimento abranda", salienta que, particularmente nos casos de Portugal e Itália, verificou-se aquilo a que os académicos chamam de crescimento em L, à semelhança do Japão, que leva de avanço não uma, mas duas décadas perdidas.

Este modelo caracteriza-se por um prolongado período de estagnação económica, com crescimentos próximos de 0%, desemprego elevado, fraco consumo e excesso de capacidade produtiva. O maior receio é agora que o mesmo modelo alastre aos outros países desenvolvidos, se não forem tomadas as medidas adequadas.

"Japão, Itália e Portugal têm em comum esse padrão de crescimento em L, que se traduz num círculo vicioso da economia e que muitos economistas atribuem à ausência de uma política fiscal restritiva, controlo das contas públicas e redução do endividamento", com a dívida pública a rondar os 30% do PIB em Itália, quase 80% em Portugal e 217% no Japão, lê-se no artigo. E cita o professor da IE Business School Rafael Pampillón, que defende que a falta de competitividade e a rigidez destes mercados explicam como se chega a manter um crescimento tão débil durante tanto tempo, conclusões em boa parte partilhadas pela Comissão Europeia e pelo FMI.

Por último, o jornal lembra que, apesar das enormes quantidades de dinheiro injectadas na economia, o crescimento custa a descolar, exemplificando com os Estados Unidos.»


e que, segundo a TSF,


«De acordo com o quarto relatório da Comissão Europeia para a Eficácia da Justiça, apesar do elevado número de juízes e magistrados em Portugal, a Justiça nacional é uma das mais morosas da Europa.

Os juízes em final de carreira ganham muito mais em Portugal do que no resto da Europa, adianta o mesmo documento.

Em reacção a estes números, o bastonário da Ordem dos Advogados disse que «95 por cento das reformas de toda a função pública, incluindo as dos políticos, superiores a 5000 euros mensais são de magistrados», que ainda acumulam subsídios e ajudas de custos, na sua opinião, desnecessárias.

António Marinho Pinto entende que estes «privilégios escandalosos» reflectem o «atraso da Justiça portuguesa» e fala na «incapacidade dos dirigentes políticos em resolver este problema».

O bastonário defendeu que a progressão na carreira seja feita «pelo mérito», bem como o fim dos «compadrios, favoritismos e nepotismos» que considera existirem nestas progressões.

«Os magistrados fazem o que querem da Justiça portuguesa e a sociedade não instituiu ainda meios de escrutinar a acção dos magistrados», lamentou.»


penso que Nicolau Saião terá também razão para dizer isto (publicado ontem no Fundação Velocipédica):


«Uma notícia da Agencia Financeira, em cujo Fórum tivemos ensejo de participar, refere concretamente que Sócrates apesar de ter cortado muitos direitos adquiridos à população - nomeadamente em relação a crianças, idosos e doentes - não retirou um euro à dotação da verba que lhe foi atribuída para viagens (e crê-se que a sua despesa de chamadas de telemóvel anteriormente avaliada, de cerca de 140 mil euros, também não sofrerá nenhuma decapitação).

É importante e faz sentido esclarecer:

- neste momento Portugal já não é claramente um país de Direito. A irresponsabilidade, a impunidade soez e a exacção são já um dado adquirido por parte das forças governamentais. Vive-se já aquilo a que se chama tecnicamente "uma ditadura de propósitos", que se caracteriza pelo abuso emanado do Estado e consentida pelas suas emanações oficiais, Sistema Judicial incluído. Quando não estimulada mesmo pelo sentido de impunidade criado por estas.
Não esqueçamos, todavia, que a Carta dos Direitos do Homem tem uma alínea que garante ao Povo o direito de insurreição quando o abuso é manifesto.

Pensemos nisto de maneira aberta e sem "clandestinidades" pois a Constituição Portuguesa, signatária da carta dos Direitos do Homem, garante-nos essa possibilidade legal. E se a repressão vier, brutal como nos tempos de Dias Loureiro, ela é que estará fora da Lei, sendo na ocasião “foras da lei” os seus próceres.»

26 outubro 2010

Islamismo, Ocidente e Liberdade - 3

A propósito dos dois posts anteriores, deixo mais este texto que Nicolau Saião me enviou, dias atrás:

Estudo da Fundação Friedrich Ebert

Xenofobia e anti-islamismo em crescendo “muito significativo” na Alemanha http://www.publico.pt/includes/img/vazio.gif

A atitude negativa na Alemanha em relação aos cidadãos estrangeiros a residirem no país aumentou drasticamente, com um terço dos alemães a defenderem a repatriação e mais de metade (58,4 por cento) a manifestarem-se favoráveis a restrições à prática do islão.

Estas tendências, reveladas no estudo “Crise na Alemanha Média”, publicado ontem pela Fundação Friedrich Ebert (com ligações ao Partido Social Democrata, na oposição), passam ainda por 55,4 por cento dos inquiridos a dizerem “compreender que os árabes sejam vistos por algumas pessoas como sendo desagradáveis”. In PÚBLICO

Nota do autor do post - No final, o estudo acha mal esta reacção dos cidadãos alemães. Claro…

Mas, meus caros concidadãos

O truque, ei-lo!

Este estudo é transparente. Basta sabermos ler com alguma argúcia. Ele diz que cresce, e cito, o anti-islamismo. E eu diria: e daí? Não se pode ser anti-islamita? Mesmo que seja pelas melhores e mais justas razões?

Porque, vejamos, se o anti-islamismo cresce, isso é devido aos anticorpos que o fanatismo islâmico, ora brutal ora habilidoso e falsamente "moderado", está a despertar. E isso, o estudo branqueia discretamente, preferindo dizer que se deve a causas económicas.

Trata-se de um truque. Pró-islamita. Simplesmente. O cerne da questão assenta, digamo-lo sem medo das palavras, nisto: o desejo do Islão de domínio mundial. E nem o ocultam já. Mas certo Ocidente acha bem, desde que seja sem violência...

E temos de dizer sem medo: com ou sem violência, não queremos isso. Aqui é que bate o ponto.

Viva a liberdade e a Democracia, em todo o lado!

ns

Islamismo, Ocidente e Liberdade - 2


No PÚBLICO de 19 de Outubro:

«Um cartoon que mostra a família real dinamarquesa a participar numa orgia levou ao cancelamento da exposição dos seus autores, o duo composto por Jan Egesborg e Pia Bertelsen, do colectivo de artistas dinamarqueses Surrend. Cinco anos depois da controvérsia dos cartoons de Maomé, os artistas queixam-se de censura. “A Dinamarca pretende incentivar a liberdade de expressão e defendeu a publicação de um cartoon que atingiu milhões de muçulmanos, mas quando se trata da sua realeza a história é diferente”, disse Egesborg.

Segundo Thomas Bloch Ravn, director do museu Den Gamle By em Aarhus (Dinamarca) onde estava a exposição, estes cartoonistas “só querem chamar atenção” e por isso não pode “confiar neles”, justificando assim ao "The Art Newspaper" porque pôr fim à exposição.

“Nós concordámos com a exposição retrospectiva dos seus trabalhos, mas quando o grupo Surrend anunciou que tinha um trabalho inédito retratando a família real dinamarquesa numa cena pornográfica, isso foi contra o acordo”, acrescentou o responsável pelo museu.

Para os artistas, o cancelamento da exposição é “um caso claro de censura”. Egesborg, co-fundador do grupo Surrend, declarou à AFP que “não existe liberdade de expressão, excepto quando se trata de ridicularizar uma minoria muçulmana”, relembrando o caso do cartoon de Maomé que em 2005 foi publicado num jornal dinamarquês e criou uma forte polémica à escala mundial em que se debateram os limites da liberdade de expressão envolvendo a comunidade muçulmana - o Corão condena a idolatria e por isso são rejeitadas representações pictóricas do profeta Maomé.

Por seu turno, Ravn negou a acusação de censura: “Da mesma forma que um editor decide o que é publicado num jornal, o responsável do museu tem a última palavra em relação aos trabalhos de uma exposição. Eles são livres de publicar o trabalho onde quiserem”.

Esta não é a primeira vez que o colectivo Surrend satiriza a família real: o grupo já exibiu cartazes da família real decapitada ao lado de uma guilhotina.»

Recordemos agora, para melhor compreensão da situação e da argumentação de ambas as partes, o seguinte:

- Que, na Dinamarca, de cada vez que se regista o falecimento de um rei ou rainha, o Parlamento deverá pronunciar-se sobre a continuidade do sistema monárquico ou a sua substituição pelo sistema republicano;

- Que, pelo menos nos séculos XX e XXI, a casa real dinamarquesa tem constituído um exemplo quanto à defesa da democracia, tendo ficado para a História a posição que tomou face à invasão nazi e à defesa dos judeus perseguidos;

- Que a família real dinamarquesa tem sido igualmente uma referência quanto à sensatez, tanto no que diz respeito à sua vida pública como à institucional.

Posto isto, colocar em pé de igualdade as caricaturas de Westergaard sobre a relação entre terrorismo e islamismo com as do grupo Surrend, achincalhando a família real da Dinamarca, é o mesmo que pôr em pé de igualdade o discurso de alguém que produz um conjunto de considerações e de alertas sobre um perigo iminente e o de um grupelho de rapazolas que decidem, para se divertirem, ir para a frente da casa de alguém, atirar-lhes pedras à janela e gritarem infantilidades tolas sobre a sua vida privada. E, pior ainda, confundir isto com liberdade de expressão. Artística, ainda por cima.

Porque aceitar confundir arte e liberdade de expressão com a mediocridade oportunista mais reles não é um acidente. É um sintoma de uma ilucidez profunda e letal que tende, cada vez mais, a forçar-nos a regressar à barbárie e à mesmo à auto-destruição. É o sintoma maior daquela degradação de alma dos versos da Mensagem, de Fernando Pessoa (de quem está esquecido, aliás, um extraordinário texto sobre este tema): "Ninguém sabe que coisa quer/ninguém conhece que alma tem/nem o que é mal nem o que é bem/(...)".

Ao que eu diria, como ele diz no final do poema: "É a Hora!"

Islamismo, Ocidente e Liberdade - 1

Entrevista a Kurt Westergaard, conduzida por Natália Faria, no PÚBLICO de 3 de Outubro.

Cinco anos depois de o seu cartoon que mostrava um Maomé com um turbante em forma de bomba ter desencadeado a ira do mundo muçulmano, o dinamarquês Kurt Westergaard veio ontem a Portugal falar sobre Identidade, Liberdade e Violência, no X Simpósio de Santa Maria da Feira, dirigido por Renzo Barsotti, responsável do Centro de Criação para o Teatro e Artes de Rua. Apesar de continuar rodeado de seguranças, o cartoonista mantém que o diálogo é a única arma contra o fundamentalismo islâmico.

Vai publicar em Novembro um livro de memórias que replica o cartoon em Maomé surge com uma bomba no turbante pronta a explodir. Não tem medo de novas ameaças?

É um livro sobre a minha vida, que, aliás, não teve nada de muito extraordinário, exceptuando os últimos cinco anos. Quanto às ameaças, uma pessoa habitua-se. E penso que, em relação a isso, tenho uma vantagem: sou um homem velho. Quanto mais velhos, mais corajosos nos tornamos, porque aquilo que arriscamos, diminui. Aos 75 anos, a minha perspectiva de vida é muito limitada.

Estava a pensar no risco de haver mortes de inocentes num cenário de eventual reedição de protestos. Alguns supermercados e livrarias já se recusaram a pôr o livro à venda…

Há esse risco, claro, mas, sabe, não fui eu que iniciei esta confusão, foram os terroristas. Não penso que possa ser responsabilizado por nada disto, porque eu limitei-me a trabalhar de acordo com as tradições do meu país, que entende a liberdade de expressão.

O que é que mudou na Europa nos últimos cinco anos, em questões como a tolerância e a liberdade de expressão?

Penso que a Europa está diferente e iniciou, entretanto, um processo que era necessário e que é o de discutir qual deve ser o papel da religião nas sociedades modernas e seculares como as que vivemos. Se olharmos para isto de um ponto de vista dramático, atravessamos um momento de colisão entre duas culturas; numa óptica mais moderada, podemos falar de fricção entre duas culturas. Não penso que possamos fugir a este confronto, temos é que encará-lo com atenção, diálogo e uma atitude pacífica.

Na sua opinião, onde é que a religião se encaixa nas sociedades modernas?

Na Dinamarca, eu vivo naquilo a que se chama um estado secular, sem religião como elemento de política, e penso que os nossos cidadãos muçulmanos têm forçosamente que aprender a respeitar isso. os muçulmanos chegaram ao nosso país sem nada e nós demos-lhes tudo: casa, dinheiro, educação, e note que a educação na Dinamarca é gratuita e cada estudante recebe do Estado qualquer coisa como dois mil euros por mês. Ou seja, a Dinamarca é um estado social que não aceita que as pessoas sejam pobres ou maltratadas. Portanto, nós tratamos os novos cidadãos muito bem e o que exigimos em troca é respeito pelas nossas normas e tradições.

Mesmo na Dinamarca, o Danks Folkeparti tornou-se na terceira força política do país. Como encara a ascensão da extrema-direita em sociedades ricas como a dinamarquesa, mas também sueca ou holandesa?

Na Dinamarca, temos alguns problemas com os jovens imigrantes muçulmanos, que estão a formar gangues nos subúrbios e a transformar bairros em guetos onde um cidadão vulgar tem medo de entrar. Os muçulmanos têm realmente dificuldade em aceitar os estados secularizados, e isto cria alguma tensão que leva a que o dinamarquês comum viva assustado.

Mas os sinais de intolerância estão por toda a Europa. Estou a pensar na deportação dos ciganos em França.

Os partidos da extrema-direita estão a crescer em toda a Europa, mais uma vez porque as pessoas andam assustadas em toda a parte. Maioritariamente sem razão, porque penso que o nosso sistema - democrático, secular e capitalista - é invencível.

Acha?

Sou tão velho que já experienciei o nazismo, o fascismo, o comunismo e agora este maldito islamismo. Todos estes ismos traduzem fanatismo e, quando se é fanático, vive-se uma vida sem dúvida. Ora, eu penso que a dúvida é o sentimento mais construtivo que nós podemos ter.

A Europa deve fechar as suas portas aos imigrantes?

Sim, ou, pelo menos, tem que ser mais cuidadosa. Claro que há milhões de pessoas que vivem em países em muito más condições, mas a verdade é que não podemos ajudar o mundo todo nem impor a nossa cultura a pessoas que a rejeitam. Por isso digo que fizemos uma coisa muito estúpida, e agimos como imperialistas culturais, quando iniciámos uma intervenção no Afeganistão. Eu acredito que as religiões totalitárias estão condenadas e vão desaparecer, mesmo que leve muitos anos. Até lá, não devemos sacrificar jovens vidas europeias nesta guerra, que é, na verdade, uma guerra contra a cultura muçulmana.

E quanto aos 20 milhões de muçulmanos que vivem dentro das fronteiras europeias?

Devemos tentar fazer tudo o que pudermos para os integrar, mas, para isso, eles têm que respeitar também as nossas normas. Temos que ser pacientes e lembrar que, na Dinamarca, um muçulmano pode estabelecer-se e estabelecer a sua própria escola muçulmana e que o Estado até o apoia nisso, como apoia o direito de toda a gente ter uma religião, desde que essa religião não comporte normas inaceitáveis para a sociedade. Penso que o desafio é transformar o islamismo clássico num islamismo light, que deixe de lado todos os fundamentalismos como os relacionados com a homossexualidade ou com a secundarização do papel da mulher. O problema do Islão é que se transformou numa ideologia política.

25 outubro 2010

Estou, temporariamente, sem ligação à rede


Socorri-me com a de um amigo. Amanhã, porém, deverei ter o problema resolvido.
Até lá.

24 outubro 2010

Nos porões da memória

Esta é uma receita que se encontra em todos os sites com receitas de bacalhau, pelo que constitui um documento iniludível sobre a marca do ferrete da pequenez e do cinismo manholas na alma do país. Que persiste, persiste, persiste...

Bacalhau à Salazar (clicar aqui, para mais receitas de bacalhau)

Deita-se em água fervente o bacalhau dessalgado, juntam-se-lhe batatas descascadas e, quando tudo cozido, coa-se a água, tempera-se de vinagre, alho, pimenta e serve-se em seguida.

Este bacalhau atendendo à sua forma económica, não leva azeite porque, se o bacalhau for magro, não o merece, e se for gordo, não precisa dele! (sublinhado meu)

Até amanhã.

A Nave dos Loucos

Jerónimo Bosch, A Nave dos Loucos

23 outubro 2010

Até amanhã

Gente que não presta mesmo


Acabei de saber, através de um vizinho recentemente ostomizado, que o governo retirou todos os apoios aos materiais - sacos e respectivos discos - necessários aos doentes. Como os custos mensais da sua compra atingem cerca de €200, ele e outros estão a recorrer à AMI.
Para que conste.

Para quem ande com os pés no chão


Notícias de um futuro próximo (ou de como Bush tinha razão - ler o comentário mais votado).

A formiga...


... e a cigarra
(ou do turismo como "a indústria de rendimento mais rápido
e destinada a lançar a economia de um país").

A escola da pobreza e da sujeição

Malhoa, O Barbeiro da Aldeia

A propósito disto, João José Cardoso escreveu isto no Aventar, pelo que lhe deixei na caixa de comentários o seguinte:
"Meu caro, você é muito brando. As NO são um verdadeiro crime de lesa-pátria, na medida em que comprometem em definitivo o futuro do país. Não apenas se perde uma oportunidade de qualificar de facto, profissional e humanamente, os inúmeros portugueses que disso necessitam, como se lhes dá, ao mesmo tempo, um exemplo de que a falta de seriedade, afinal, até compensa – é que eles são os primeiros a dizer que “aquilo não é nada…”. Num Portugal a sério, esse senhor, seus superiores e acompanhantes, estariam a ser julgados por burla. Melhor dizendo: num Portugal a sério nenhum deles teria ultrapassado os níveis mais baixos da Função Pública ou nem sequer teria mesmo sido admitido."
E reafirmo-o.
Nem Salazar se lembraria de uma escolaridade tão adequada aos pobrezinhos.

Mordi-me de inveja!!!

N' Os Cafeínicos




22 outubro 2010

A solitária jornada de luta da mulher da esfregona

Manet, Olympia

No Blasfémias

No mesmo dia 2 de Maio em que a imprensa dava grande destaque às agressões de que Vital Moreira fora alvo na manifestação convocada pela CGTP sabia-se que um dos sindicatos filiados na mesma central sindical, o Sinttav, despedira a sua única funcionária da limpeza. O argumento invocado foi a extinção do posto de trabalho. Acontece que na delegação do Porto do Sinttav, onde trabalhava a funcionária despedida, ela era a única a exercer essa função, logo rapidamente se percebe que algo não bate certo nesta história. E, se recuarmos alguns dias, ainda os cravos estavam vermelhos nas lapelas daqueles que os usaram neste Abril, quando se soube que três dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava), que também são militantes do PCP, estavam a ser alvo de inquéritos internos instaurados pelo partido, por não terem apoiado a lista B nas eleições do Sitava. Destes casos infelizmente pouco se fala, pois, ao contrário do que sucedeu com Vital Moreira, o repórter não só nunca está lá, como raramente lá procura estar. Os sindicatos são noticiados regra geral com paternalismo e apenas quando os amigos de ontem se tornam nos ministros de hoje é que o verniz estala, como aconteceu quando esteGoverno revelou quanto custavam os delegados sindicais nos CTT ou no Ministério da Educação. Fora isso, as notícias sobre os sindicatos são apenas uma reprodução dos seus comunicados. E isto é válido para o despedimento da mulher da esfregona em 2009 ou dos jornalistas em 1990. Para os anais da dificuldade que os jornalistas portugueses têm em noticiar o que acontece nesse universo que vai do PCP aos sindicatos (e agora também às franjas do BE, mas isso não é o assunto desta crónica) ficará sempre o caso do fecho do jornal O Diário, afecto ao PCP, em Junho de 1990. Tal como acontece a muitas empresas que hoje fecham as suas portas, também O Diário recebera subsídios vários, mas nem assim se impediu o fecho. Ao reler as páginas de 1990 percebe-se o embaraço gerado pelo caso de O Diário, tanto mais que os despedimentos foram feitos ao abrigo duma legislação que o PCP e os sindicatos que lhe eram afectos contestavam com veemência. Em 2009, quando se vê, por exemplo, gente a salivar com os sequestros de gestores efectuados pelos sindicatos franceses ou se tenta desculpar a agressão a Vital Moreira com a crise, convirá que se perceba que os sindicatos, tal como acontece com os representantes doutros interesses, precisam de ser noticiados sem as habituais condescendências. Tanto mais que os sindicatos, tal como a democracia, podem ser péssimos, mas ainda não se arranjou nada melhor para os substituir.

(via Fiel Inimigo)

21 outubro 2010

Mas então o Freeport fica no Meco...?!

No PÚBLICO

O presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais, foi hoje constituído arguido no quadro de um inquérito judicial em que estão a ser investigadas suspeitas de corrupção.

A investigação incide sobre as circunstâncias em que Isaltino, então ministro do Ordenamento do Território de Durão Barroso, celebrou um acordo com o grupo imobiliário Pelicano, em 2003, através do qual o Estado lhe atribuiu o direito de construir um grande empreendimento na Mata de Sesimbra, em troca dos direitos de construção que os tribunais haviam reconhecido aos proprietários de uma faixa de terreno do litoral da Aldeia do Meco.

A empresa de capitais alemães que detinha esses direitos já os tinha então negociado com Joaquim Mendes Duarte, o patrão da Pelicano que convenceu o então ministro a aceitar a sua transferência para a Mata de Sesimbra.

Na altura, Isaltino Morais justificou o acordo com o risco que o Estado português corria de vir a ser condenado ao pagamento de pesadas indemnizações aos investidores alemães por ter viabilizado, no tempo em que José Sócrates era ministro do Ambiente, a construção de 2227 fogos na Aldeia do Meco, depois de o Supremo Tribunal Administrativo ter obrigado a Câmara de Sesimbra a emitir o respectivo alvará em 1999. (sublinhado meu)

Esta operação de transferência de direitos foi considerada ilegal pelo Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República, em 2004, e desde então não são conhecidos novos desenvolvimento do projecto da Pelicano.

Isaltino Morais confirmou ao PÚBLICO que foi constituído arguido, mas recusou-se a fazer quaisquer comentários.