
Ontem à noite, no programa Corredor do Poder, transmitido quinzenalmente pela RTP1, Nuno Melo, do CDS, demonstrou - a meu ver, irrefutavelmente - o teorema seguinte:
"Henrique Granadeiro declarou publicamente que avisara o primeiro-ministro de que iria apresentar à CMVM a candidatura da PT à compra da parte da empresa espanhola Prisa na TVI;
A PT entregou à CMVM o documento oficial comprovativo dessa sua mesma intenção, em 22 de Junho de 2009;
No dia seguinte, 23 de Junho, porém, o primeiro-ministro afirmou na Assembleia que desconhecia, por completo, essa intenção;
Conclui-se, assim, que o primeiro-ministro mentiu à Assembleia da República."
Quod est demonstratum.
Não interessa, portanto, se foi num jantar que Henrique Granadeiro lho disse, se foi ao lanche, ao jantar ou até ao pequeno-almoço. O primeiro-ministro terá mentido com quantos dentes Deus ou a Natureza lhe deu, à Assembleia da República.
E um primeiro-ministro que mente à Assembleia da República não existe como primeiro-ministro. É um trambolho político.
A pergunta seguinte é: e o que faz um trambolho como primeiro-ministro?