30 dezembro 2009

Abóbora pequenina...


... mas de efeito corrosivo contra a estupidez e o mau-humor!

29 dezembro 2009

Atenção!...


... a este excelente post!

26 dezembro 2009

Como já devem ter reparado...


... ando ausente e, quando apareço, é para chamar a atenção para o que outrem disse. Em parte por excesso de trabalho, em parte por problemas de saúde, agora quase ultrapassados. É que isto de ser vertebrado, às vezes tem que se lhe diga! Depois, é Natal, é Natal...
Espero voltar lá para terça-feira.
Abraços e beijinhos, conforme o combinado.

17 dezembro 2009

Mais um email


RANCHÃO DE NATAL

É de casca o meu barquinho
E é de lixo esta cidade;
Aqui manda e segue a estrada
A louca erguida na tarde.

Pede esmola o tipo rasca
Pede ardor a fresca nata,
E em Lisboa, praça fora,
Dois irmãos a dar à pata.

«Cavaleiro, a tipa goza,
O meu quisto na cueca”
Para ti, real pateta
Da poesia a grande seca

II

E já brocha, aquela Santa,
Na igreja e a preceito:
Sua chuva, casa tonta,
Faz-nos vir com tudo feito

Esta missa em Sol e dós
E a burrice prò santão…
Eis que me venho p’ra vós,
Da fundura do caixão.

Natal o metes p’ra lá
Antes do sol-pôr chegar
Natal o metes p’ra cá
Pondo o bento a defecar

O silêncio é de cerimónia
neste Natal de toilette
Com santos à dependura
Nos fulgores duma retrete

Se a lua nos desse fruto
Se o sol nos desse conchego
Se Portugal fosse o luto
Dum fato posto no prego

Que o rito que alguns nos dão
Faz arrotar devagar
Depois da missa do galo
Com todo a gente a chorar

Não quero a religião
nem quero enganos a esmo
quero só a liberdade
inda que feito em torresmo.

ELÓI SARNADAS

Novamente, recebido por email...


... novamente, ao que me dizem, da autoria de Mário Crespo (desta vez não confirmei essa autoria, mas estou, na mesma, de acordo com o que aqui é dito).

Portugal precisa de jactos executivos para transporte de governantes?

Pronto! Finalmente descobrimos aquilo de que Portugal realmente precisa: uma nova frota de jactos executivos para transporte de governantes. Afinal, o que é preciso não são os 150 mil empregos que José Sócrates anda a tentar esgravatar nos desertos em que Portugal se vai transformando. Tão-pouco precisamos de leis claras que impeçam que propriedade pública transite directamente para o sector privado sem passar pela Partida no soturno jogo do Monopólio de pedintes e espoliadores em que Portugal se tornou. Não precisamos de nada disso.
Precisamos, diz-nos o Presidente da República, de trocar de jactos porque aviões executivos "assim" como aqueles que temos já não há "nem na Europa nem em África". Cavaco Silva percebe, e obviamente gosta, de aviões executivos. Foi ele, quando chefiava o seu segundo governo, quem comprou com fundos comunitários a actual frota de Falcon em que os nossos governantes se deslocam.
Voei uma vez num jacto executivo. Em 1984 andei num avião presidencial em Moçambique. Samora Machel, em cuja capital se morria à fome, tinha, também, uma paixão por jactos privados que acabaria por lhe ser fatal.
Quando morreu a bordo de um deles tinha três na sua frota. Um quadrimotor Ilyushin 62 de longo curso, versão presidencial, o malogrado Antonov-6, e um lindíssimo bimotor a jacto British Aerospace 800B, novinho em folha. Tive a sorte de ter sido nesse que voei com o então Ministro dos Estrangeiros Jaime Gama numa viagem entre Maputo e Cabora Bassa. Era uma aeronave fantástica. Um terço da cabina era uma magnífica casa de banho. O resto era de um requinte de decoração notável. Por exemplo, havia um pequeno armário onde se metia um assistente de bordo magro, muito esguio que, num prodígio de contorcionismo, fez surgir durante o voo minúsculos banquetes de tapas variadíssimas, com sandes de beluga e rolinhos de salmão fumado que deglutimos entre golinhos de Clicquot Ponsardin. Depois de nos mimar,
como por magia, desaparecia no seu armário. Na altura fiz uma reportagem em que descrevi aquele luxo como "obsceno". Fiz nesse trabalho a comparação com Portugal, que estava numa craveira de desenvolvimento totalmente diferente da de Moçambique, e não tinha jactos executivos do Estado para servir governantes.
Nesta fase metade dos rendimentos dos portugueses está a ser retida por impostos. Encerram-se maternidades, escolas e serviços de urgência. O Presidente da República inaugura unidades de saúde privadas de luxo e aproveita para reiterar um insuspeitado direito de todos os portugueses a um sistema público de saúde. Numa altura destas, comprar jactos executivos é tão obsceno como o foi nos dias de Samora Machel. Este irrealismo brutalizado com que os nossos governantes eleitos afrontam a carência em que vivemos ultraja quem no seu quotidiano comuta num transporte público apinhado, pela Segunda Circular ou Camarate, para lhe ver passar por cima um jacto executivo com governantes cujo dia a dia decorre a quilómetros das suas dificuldades, entre tapas de caviar e rolinhos de salmão. Claro que há alternativas que vão desde fretar aviões das companhias nacionais até, pura e simplesmente, cingirem-se aos voos regulares.
Há governantes de países em muito melhores condições que o fazem por uma questão de pudor que a classe que dirige Portugal parece não ter.
Vi o majestático François Miterrand ir sempre a Washington na Air France. Não é uma questão de soberania ter o melhor jacto executivo do Mundo. É só falta de bom senso. E não venham com a história que é mesquinhez falar disto. É de um pato-bravismo intolerável exigir ao país mais sacrifícios para que os nossos governantes andem de jacto executivo. Nós granjearíamos muito mais respeito internacional chegando a cimeiras em voos de carreira do que a bordo de um qualquer prodígio tecnológico caríssimo para o qual todo o Mundo sabe que não temos dinheiro.

14 dezembro 2009

Recebido por email



O palhaço

de: Mário Crespo

Ou nós, ou o palhaço.
O palhaço é inimputável.
O palhaço compra empresas de alta tecnologia em Puerto Rico por milhões, vende-as em Marrocos por uma caixa de robalos e fica com o troco. E diz que não fez nada. O palhaço compra acções não cotadas e num ano consegue que rendam 147,5 por cento. E acha bem.
O palhaço escuta as conversas dos outros e diz que está a ser escutado. O palhaço é um mentiroso. O palhaço quer sempre maiorias. Absolutas. O palhaço é absoluto. O palhaço é quem nos faz abster. Ou votar em branco. Ou escrever no boletim de voto que não gostamos de palhaços. O palhaço coloca notícias nos jornais. O palhaço torna-nos descrentes. Um palhaço é igual a outro palhaço. E a outro. E são iguais entre si. O palhaço mete medo. Porque está em todo o lado. E ataca sempre que pode. E ataca sempre que o mandam. Sempre às escondidas. Seja a dar pontapés nas costas de agricultores de milho transgénico seja a desviar as atenções para os ruídos de fundo. Seja a instaurar processos. Seja a arquivar processos. Porque o palhaço é só ruído de fundo. Pagam-lhe para ser isso com fundos públicos. E ele vende-se por isso. Por qualquer preço. O palhaço é cobarde. É um cobarde impiedoso. É sempre desalmado quando espuma ofensas ou quando tapa a cara e ataca agricultores. Depois diz que não fez nada. Ou pede desculpa. O palhaço não tem vergonha. O palhaço está em comissões que tiram conclusões. Depois diz que não concluiu. E esconde-se atrás dos outros vociferando insultos. O palhaço porta-se como um labrego no Parlamento, como um boçal nos conselhos de administração e é grosseiro nas entrevistas. O palhaço está nas escolas a ensinar palhaçadas. E nos tribunais. Também. O palhaço não tem género. Por isso, para ele, o género não conta. Tem o género que o mandam ter. Ou que lhe convém. Por isso pode casar com qualquer género. E fingir que tem género. Ou que não o tem. O palhaço faz mal orçamentos. E depois rectifica-os. E diz que não dá dinheiro para desvarios. E depois dá. Porque o mandaram dar. E o palhaço cumpre. E o palhaço nacionaliza bancos e fica com o dinheiro dos depositantes. Mas deixa depositantes na rua. Sem dinheiro. A fazerem figura de palhaços pobres. O palhaço rouba. Dinheiro público. E quando se vê que roubou, quer que se diga que não roubou. Quer que se finja que não se viu nada.
Depois diz que quem viu o insulta. Porque viu o que não devia ver.
O palhaço é ruído de fundo que há-de acabar como todo o mal. Mas antes ainda vai viabilizar orçamentos e centros comerciais em cima de reservas da natureza, ocupar bancos e construir comboios que ninguém quer. Vai destruir estádios que construiu e que afinal ninguém queria. E vai fazer muito barulho com as suas pandeiretas digitais saracoteando-se em palhaçadas por comissões parlamentares, comarcas, ordens, jornais, gabinetes e presidências, conselhos e igrejas, escolas e asilos, roubando e violando porque acha que o pode fazer. Porque acha que é regimental e normal agredir violar e roubar.
E com isto o palhaço tem vindo a crescer e a ocupar espaço e a perder cada vez mais vergonha. O palhaço é inimputável. Porque não lhe tem acontecido nada desde que conseguiu uma passagem administrativa ou aprendeu o inglês dos técnicos e se tornou político. Este é o país do palhaço. Nós é que estamos a mais. E continuaremos a mais enquanto o deixarmos cá estar. A escolha é simples.
Cá para nós: a continuar assim, cheira-me que, um dia destes, ainda acontece alguma palhaçada ao Mário Crespo...

13 dezembro 2009

Se eu ainda tivesse alguma dúvida...


... quanto àquilo que aqui tenho vindo a afirmar desde sempre - que o PS e a esquerda no seu conjunto, mesmo aquela que nunca chegou ao governo, são os herdeiros mais directos do salazarismo no que respeita à mentalidade repressiva do poder em geral, que se instalou em Portugal desde a ponta final dos Descobrimentos (mas não só a esquerda) - este depoimento, a que se acrescenta este outro, tirar-mas-ia em definitivo.
É que ser polícia, relembro uma vez mais, não é uma profissão nem sequer uma forma de sobrevivência: é um estado de espírito.

11 dezembro 2009

Relembrando Wes Montgomery

Mesmo para quem viu e ouviu Fernando Lemos...


... faz depois de amanhã duas semanas no programa "Câmara Clara", na RTP2, aqui fica uma entrevista que deu ao blog http://artephotografica.blogspot.com/. É que é sempre um prazer estar com alguém inteligente.

08 dezembro 2009

Você sabia que...

Henri Rousseau, Mulher passeando numa floresta exótica

... em Portugal...?

06 dezembro 2009

Recebido por email



Ó Fernanda ! Canse-o !...
Requerimento a Fernanda Câncio (namorada do nosso PM!),
por Euleriano Ponati, poeta não titular
Ó Fernanda, dado
que já estou cansado
do ar teatral
a que ele equivale
em todo o horário
de cada canal,
no noticiário,
no telejornal,
ligando-se ao povo,
do qual ele se afasta,
gastando de novo
a fala já gasta
e a pôr agastado
quem muito se agasta
por ser enganado.
Ó Fernanda, dado
que é tempo de basta,
que já estou cansado
do excesso de carga,
do excesso de banda,
da banda que é larga,
da gente que é branda,
da frase que é ópio,
do estilo que é próprio
para a propaganda,
da falta de estudo,
do tudo que é zero,
dos logros a esmo
e do exagero
que o nega a si mesmo,
do acto que é baço,
do sério que é escasso,
mantendo a mentira,
mantendo a vaidade,
negando a verdade,
que sempre enjoou,
nas pedras que atira,
mas sem que refira
o caos que criou.
Ó Fernanda, dado
que já estou cansado,
que falta paciência,
por ter suportado
em exagerado
o que é aparência.
Ó Fernanda, dado
que já estou cansado,
ao fim e ao cabo,
das farsas que ele faz,
a querer que o diabo
me leve o que ele traz
ele que é um amigo
de São Satanás,
entenda o que eu digo:
Eu já estou cansado!
Sem aviso prévio,
ó Fernanda, prive-o
de ser contestado!
Retire-o do Estado!
Torne-o bem privado!
Ó Fernanda, leve-o!
Traga-nos alívio!
Tenha-o só num pátio
para o seu convívio!
Ó Fernanda, trate-o!
Ó Fernanda, amanse-o!
Ó Fernanda, ate-o!
Ó Fernanda, canse-o!


Euleriano Ponati
(poeta não titular)

05 dezembro 2009

Algumas coisas interessantes foram ditas...


... aqui (via Fiel Inimigo).

03 dezembro 2009

Exemplar!!!


É o mínimo que se pode dizer deste artigo, escrito pelo empresário e membro do PS, Henrique Neto, no Jornal de Leiria, p.16! (via Fiel Inimigo). Exemplar na lucidez, exemplar no desassombro, exemplar na consciência cívica. Exemplar na verticalidade, no meio de um partido que se encontra nos antípodas de tudo isto.