28 novembro 2007

Stepping out

25 novembro 2007

Recebido por e-mail



Carta aberta ao Senhor Presidente da República Portuguesa

Ílhavo, 22 de Outubro de 2007
Senhor Presidente da República Portuguesa
Excelência:
Disse V. Excia, no discurso do passado dia 5 de Outubro, que os professores precisavam de ser dignificados e eu ouso acrescentar: "Talvez V. Excia não saiba bem quanto!"
1. Sou professor há mais de trinta e seis anos e no ano passado tive o primeiro contacto com a maior mentira e o maior engano (não lhe chamo fraude porque talvez lhe falte a "má-fé") do ensino em Portugal que dá pelo nome de Cursos de Educação e Formação (CEF).
A mentira começa logo no facto de dois anos nestes cursos darem equivalência ao 9º ano, isto é, aldrabando a Matemática, dois é igual a três!
Um aluno pode faltar dez, vinte, trinta vezes a uma ou a várias disciplinas (mesmo estando na escola) mas, com aulas de remediação, de recuperação ou de compensação (chamem-lhe o que quiserem mas serão sempre sucedâneos de aulas e nunca aulas verdadeiras como as outras) fica sem faltas. Pode ter cinco, dez ou quinze faltas disciplinares, pode inclusive ter sido suspenso que no fim do ano fica sem faltas, fica puro e imaculado como se nascesse nesse momento.
Qual é a mensagem que o aluno retira deste procedimento? Que pode fazer tudo o que lhe apetecer que no final da ano desce sobre ele uma luz divina que o purifica ao contrário do que na vida acontece. Como se vê claramente não pode haver melhor incentivo à irresponsabilidade do que este.
2. Actualmente sinto vergonha de ser professor porque muitos alunos podem este ano encontrar-me na rua e dizerem: "Lá vai o palerma que se fartou de me dizer para me portar bem, que me dizia que podia reprovar por faltas e, afinal, não me aconteceu nada disso. Grande estúpido!"
3. É muito fácil falar de alunos problemáticos a partir dos gabinetes mas a distância que vai deles até às salas de aula é abissal. E é-o porque quando os responsáveis aparecem numa escola levam atrás de si (ou à sua frente, tanto faz) um magote de televisões e de jornais que se atropelam uns aos outros. Deviam era aparecer nas escolas sem avisar, sem jornalistas, trazer o seu carro particular e não terem lugar para estacionar como acontece na minha escola.
Quando aparecem fazem-no com crianças escolhidas e pagas por uma empresa de casting para ficarem bonitos (as crianças e os governantes) na televisão.
Os nossos alunos não são recrutados dessa maneira, não são louros, não têm caracóis no cabelo nem vestem roupa de marca.
Os nossos alunos entram na sala de aula aos berros e aos encontrões, trazem vestidas camisolas interiores cavadas, cheiram a suor e a outras coisas e têm os dentes em mísero estado.
Os nossos alunos estão em estado bruto, estão tal e qual a Natureza os fez, cresceram como silvas que nunca viram uma tesoura de poda. Apesar de terem 15/16 anos parece que nunca conviveram com gente civilizada.
Não fazem distinção entre o recreio e o interior da sala de aula onde entram de boné na cabeça, headphones nos ouvidos continuando as conversas que traziam do recreio.
Os nossos alunos entram na sala, sentam-se na cadeira, abrem as pernas, deixam-se escorregar pela cadeira abaixo e não trazem nem esferográfica nem uma folha de papel onde possam escrever seja o que for.
Quando lhes digo para se sentarem direitos, para se desencostarem da parede, para não se virarem para trás olham-me de soslaio como que a dizer "Olha-me este!" e passados alguns segundos estão com as mesmas atitudes.
4. Eu não quero alunos perfeitos. Eu quero apenas alunos normais!!!
Alunos que ao serem repreendidos não contradigam o que eu disse e que ao serem novamente chamados à razão não voltem a responder querendo ter a última palavra desafiando a minha autoridade, não me respeitando nem como pessoa mais velha nem como professor. Se nunca tive de aturar faltas de educação aos meus filhos por que é que hei-de aturar faltas de educação aos filhos dos outros? O Estado paga-me para ensinar os alunos, para os educar e ajudar a crescer; não me paga para os aturar! Quem vai conseguir dar aulas a alunos destes até aos 65 anos de idade?
Actualmente só vai para professor quem não está no seu juízo perfeito mas se o estiver, em cinco anos (ou cinco meses bastarão?...) os alunos se encarregarão de lhe arruinar completamente a sanidade mental.
Eu quero alunos que não falem todos ao mesmo tempo sobre coisas que não têm nada a ver com as aulas e quando peço a um que se cale ele não me responda: "Por que é que me mandou calar a mim? Não vê os outros também a falar?"
Eu quero alunos que não façam comentários despropositados de modo a que os outros se riam e respondam ao que eles disseram ateando o rastilho da balbúrdia em que ninguém se entende.
Eu quero alunos que não me obriguem a repetir em todas as aulas "Entram, sentam-se e calam-se!"
Eu quero alunos que não usem artes de ventríloquo para assobiar, cantar, grunhir, mugir, roncar e emitir outros sons. É claro que se eu não quisesse dar mais aula bastaria perguntar quem tinha sido e não sairia mais dali pois ninguém assumiria a responsabilidade.
Eu quero alunos que não desconheçam a existência de expressões como "obrigado", "por favor" e "desculpe" e que as usem sempre que o seu emprego se justifique.
Eu quero alunos que ao serem chamados a participar na aula não me olhem com enfado dizendo interiormente "Mas o que é que este quer agora?" e demorem uma eternidade a disponibilizar-se para a tarefa como se me estivessem a fazer um grande favor. Que fique bem claro que os alunos não me fazem favor nenhum em estarem na aula e a portarem-se bem.
Eu quero alunos que não estejam constantemente a receber e a enviar mensagens por telemóvel e a recusarem-se a entregar-mo quando lho peço para terminar esse contacto com o exterior pois esse aluno "não está na sala", está com a cabeça em outros mundos.
Eu sou um trabalhador como outro qualquer e como tal exijo condições de trabalho! Ora, como é que eu posso construir uma frase coerente, como é que eu posso escolher as palavras certas para ser claro e convincente se vejo um aluno a balouçar-se na cadeira, outro virado para trás a rir-se, outro a mexer no telemóvel e outro com a cabeça pousada na mesa a querer dormir?
Quando as aulas são apoiadas por fichas de trabalho gostaria que os alunos, ao sair da sala, não as amarrotassem e deitassem no cesto do lixo mesmo à minha frente ou não as deixassem "esquecidas" em cima da mesa.
Nos últimos cinco minutos de uma aula disse aos alunos que se aproximassem da secretária pois iria fazer uma experiência ilustrando o que tinha sido explicado e eles puseram os bonés na cabeça, as mochilas às costas e encaminharam-se todos em grande conversa para a porta da sala à espera que tocasse. Disse-lhes: "Meus meninos, a aula ainda não acabou! Cheguem-se aqui para verem a experiência!" mas nenhum deles se moveu um milímetro!!!
Como é possível, com alunos destes, criar a empatia necessária para uma aula bem sucedida?
É por estas e por outras que eu NÃO ADMITO A NINGUÉM, RIGOROSAMENTE A NINGUÉM, que ouse pensar, insinuar ou dizer que se os meus alunos não aprendem a culpa é minha!!!
5. No ano passado tive uma turma do 10º ano dum curso profissional em que um aluno, para resolver um problema no quadro, tinha de multiplicar 0,5 por 2 e este virou-se para os colegas a perguntar quem tinha uma máquina de calcular!!! No mesmo dia e na mesma turma outro aluno também pediu uma máquina de calcular para dividir 25,6 por 1.
Estes alunos podem não saber efectuar estas operações sem máquina e talvez tenham esse direito. O que não se pode é dizer que são alunos de uma turma do 10º ano!!!
Com este tipo de qualificação dada aos alunos não me admira que, daqui a dois ou três anos, estejamos à frente de todos os países europeus e do resto do mundo. Talvez estejamos só que os alunos continuarão a ser brutos, burros, ignorantes e desqualificados mas com um diploma!!!
6. São estes os alunos que, ao regressarem à escola, tanto orgulho dão ao Governo. Só que ninguém diz que os Cursos de Educação e Formação são enormes ecopontos (não sejamos hipócritas nem tenhamos medo das palavras) onde desaguam os alunos das mais diversas proveniências e com histórias de vida escolar e familiar de arrepiar desde várias repetências e inúmeras faltas disciplinares até famílias irresponsáveis.
Para os que têm traumas, doenças, carências, limitações e dificuldades várias há médicos, psicólogos, assistentes sociais e outros técnicos, em quantidade suficiente, para os ajudar e complementar o trabalho dos professores?
Há alunos que têm o sublime descaramento de dizer que não andam na escola para estudar mas para "tirar o 9º ano".
Outros há que, simplesmente, não sabem o que andam a fazer na escola…
E, por último, existem os que se passeiam na escola só para boicotar as aulas e para infernizar a vida aos professores. Quem é que consegue ensinar seja o que for a alunos destes? E por que é que eu tenho de os aturar numa sala de aula durante períodos de noventa e de quarenta e cinco minutos por semana durante um ano lectivo? A troco de quê? Da gratidão da sociedade e do reconhecimento e do apreço do Ministério não é, de certeza absoluta!
7. Eu desafio seja quem for do Ministério da Educação (ou de outra área da sociedade) a enfrentar ( o verbo é mesmo esse, "enfrentar", já que de uma luta se trata…), durante uma semana apenas, uma turma destas sozinho, sem jornalistas nem guarda-costas, e cumprir um horário de professor tentando ensinar um assunto qualquer de uma unidade didáctica do programa escolar.
Eu quero saber se ao fim dessa semana esse ilustre voluntário ainda estará com vontade de continuar. E não me digam que isto é demagogia porque demagogia é falar das coisas sem as conhecer e a realidade escolar está numa sala de aula com alunos de carne, osso e odores e não num gabinete onde esses alunos são números num mapa de estatística e eu sei perfeitamente que o que o Governo quer são números para esse mapa, quer os alunos saibam estar sentados numa cadeira ou não (saber ler e explicar o que leram seria pedir demasiado pois esse conhecimento justificaria equivalência, não ao 9º ano, mas a um bacharelato…).
É preciso que o Ministério diga aos alunos que a aprendizagem exige esforço, que aprender custa, que aprender "dói"! É preciso dizer aos alunos que não basta andar na escola de telemóvel na mão para memorizar conhecimentos, aprender técnicas e adoptar posturas e comportamentos socialmente correctos.
Se V.Excia achar que eu sou pessimista e que estou a perder a sensibilidade por estar em contacto diário com este tipo de jovens pergunte a opinião de outros professores, indague junto das escolas, mande alguém saber. Mas tenha cuidado porque estes cursos são uma mentira…
Permita-me discordar de V. Excia mas dizer que os professores têm de ser dignificados é pouco, muito pouco mesmo…
Atenciosamente
Domingos Freire Cardoso
Professor de Ciências Físico-Químicas
Rua José António Vidal, nº 25 C
3830 - 203 ÍLHAVO
Tel. 234 185 375 / 93 847 11 04
E-mail: dfcardos@gmail.com

24 novembro 2007

22 novembro 2007

BLASFÉMIA!!!


Notícia aqui! Eu ofereço-me para atirar a primeira pedra!

De-li-ci-o-so! (via lenozzedifigaro.blogspot)

21 novembro 2007

Ele ainda os há! (3)


... desta vez, aqui.

"Pobre Europa"


Transcrevo aqui, sem comentários, a primeira parte do artigo de António Barreto, do PÚBLICO de domingo.
As ambições da União Europeia, proclamadas pelos seus dirigentes, são enormes. A famosa estratégia de Lisboa deu corpo a algumas delas. Apesar de ter falhado, está agora a ser ressuscitada. É, com o tratado constitucional e as afirmações destemperadas dos políticos europeus, um hino às aspirações ilimitadas. A Europa quer ser o continente da paz. o maior espaço económico do mundo. O conjunto de países mais inovador na ciência e na tecnologia. O que possui o melhor sistema de segurança social. O que alimenta o Estado de protecção mais humano do planeta. O que melhor recebe os imigrantes. O que trata com mais cuidado os países pobres.
A União quer ainda ser respeitada pelos outros quase 200 países que pululam nas Nações Unidas. Quer ser parceiro indispensável na resolução de todos os conflitos do mundo. Quer ser pelo menos igual, em poderio, aos Estados Unidos da América. Quer falar com uma só voz e ter um presidente estável. Quer ter os mais elevados índices de crescimento económico e as mais baixas taxas de dsemprego. Quer estar na vanguarda dos países que respeitam o ambiente. A Europa pretende ser uma espécie de modelo: a democracia mais avançada, mas também a mais social.
Mas a Europa não quer sofrer a concorrência "desleal" dos países asiáticos e africanos. Quer proteger os seus agricultores, sobretudo se falarem francês. Pensa em restaurar algumas formas de proteccionismo. Não quer gastar recursos com as Forças Armadas, nem criar uma defesa efectiva europeia. Quer que os Estados Unidos assegurem a nossa segurança, mas que o façam sob o comando dos europeus. Para que tudo isto seja verdade, a Europa quer... mais Europa. Mais coesão, mais integração, mais federação, mais uniformidade, mais coordenação, mais eficácia, mais políticas únicas e menos centrífugas. O tratado costitucional é agora, dizem, o instrumento privilegiado para alcançar esses objectivos. É o meio indispensável à ambição. A diversidade europeia, que todos elogiam sem conviccção, é vista como uma fragilidade. Reduzir esta variedade é o fim último deste tratado.
A história do tratado constitucional é a história de uma fraude política. Alguns povos recusaram a Europa mais ou menos federal, assim como a Constituição. Fez-se um tratado praticamente igual, mais complexo, mais técnico, mais incompreensível. Com os objectivos explícitos de enganar a opinião; de aprovar furtivamente o que tinha sido recusado; e de evitar que houvesse novos referendos. Os argumentos dos defensores do tratado e opositores dos referendos são intelectualmente pobres, politicamente autoritários, tecnicamente medíocres e moralmente condenáveis. Dizem que "não vale a pena"; que "o parlamento é tão legítimo quanto o povo"; que "é muito complexo e técnico" e, por isso, "incompreensível para o eleitorado"; que "é igual ao anterior"; e também que "é diferente do anterior".
Não é só no método e no processo que este tratado é uma fraude. Também no seu conteúdo. Sob a aparência de um melhoramento, concretizado em competências marginais conferidas ao Parlamento Europeu, este tratado é um dos mais potentes recuos da democracia na Europa. O Parlamento Europeu, pela sua natureza, estrutura e função, não é uma instituição favorável à democracia. Por outro lado, este tratado relega definitivamente os parlamentos nacionais para a arqueologia política e confere-lhes um estatuto tão relevante para a liberdade como o de qualquer direcção-geral dos recursos hídricos. (...)

20 novembro 2007

Um momento inesquecível do meu superalterego!

Shh!...



19 novembro 2007

"Ninguém conhece que alma tem"


Depois de ter dito ao Expresso de sábado que "Sócrates é de uma pavorosa mediocridade", Vasco Pulido Valente escreve ainda o seguinte, no final do texto inserido no PÚBLICO de anteontem:
"Entretanto, o país discute o hipotético aeroporto de Alcochete, a putativa fusão do BCP e do BPI, a presuntiva demissão de José Rodrigues dos Santos, Maddie McCann, a Casa Pia (essa praga), o aborto e, a pedido do sr. Presidente da República, o mar. Por outras palavras, Sócrates (com a voluntária ajuda de Cavaco) despolitizou Portugal. Vivemos numa sociedade apolítica, que obedece à autoridade, sofre calada e aceita com resignação o seu destino. Sócrates conseguiu, de facto, impor a toda a gente a obediência servil do PS. Pouco a pouco o essencial desapareceu de cena: a liberdade e a justiça, o Governo e o Estado. E voltaram, como sempre, o "imperativo nacional" e a competência técnica, que Sócrates naturalmente encarna. A democracia vai morrendo sem ninguém dar por isso".

18 novembro 2007

Artigo de Bruno Rascão, na Pública de hoje


"Deus não outorga a Sua guia a gentes que deliberadamente fazem o mal" (Corão 9:109)
Este foi um dos versículos do corão utilizados na fatwa contra Osama bin Laden e a Al Qaeda, emitida pela Comissão Islâmica de Espanha (CIE), no primeiro aniversário dos atentados terroristas de Madrid, em Março de 2005. Pela primeira vez um decreto religioso islâmico bania do Islão todos os que justificam o terrorismo com base no livro sagrado, negando a condição de muçulmanos aos seguidores do príncipe saudita. O inédito decreto adquiriu especial relevância por ser emitido pela CIE, o órgão máximo das 294 associações de muçulmanos inscritas no Ministério da Justiça espanhol. A notícia depressa se espalhou pelos meios de comunicação internacionais, como os jornais "Libération", "The New York Times", ou cadeias de televisão CNN e AL-Jazeera. Numerosas entidades muçulmanas e não muçulmanas estimaram que se as comunidades islâmicas sedeadas nos EUA tivessem emitido uma fatwa idêntica, a seguir aos atentados do 11 de Setembro, o mundo seria hoje um lugar melhor. O documento foi redigido e assinado pelo secretário geral da CIE, Mansur Escudero, um psiquiatra de profissão, com 59 anos [nascido no meio de uma família muito católica]. (...)
Além da contestação às intenções da JI na imprensa e na blogosfera mais conservadora, Mansur e a sua comunidade foram considerados "infiéis" pela Al Qaeda ao emitirem a fatwa contra o terrorismo. Por outro lado, recebem ameaças por telefone e por correio electrónico, que Mansur supõe virem de "organizações ultra-católicas". "Dizem que somos mouros invasores, os submarinos dos países islâmicos e para nos irmos embora do país! Como se não fôssemos espanhóis!", argumenta Mansur. Hoje a sua casa está equipada com sistema de segurança e os seus telefones sob escuta da polícia para sua protecção.
Porém, Mansur vacila quando a primeira das suas mulheres [de casamento não islâmico], Sabora, recebia 30 facadas na sua casa de Almodôvar, em Outubro de 1998. "Matei a tua mulher!", disse-lhe o assassino antes de se entregar à polícia. O jovem tinha 18 anos, vivia na vila, e era "membro de uma confraria" recorda, "mas nunca dissemos que era um fundamentalista cristão". O processo foi arquivado, e o agressor morreu na prisão ao cair por umas escadas, segundo Mansur no dia em que ia declarar sobre possíveis cúmplices.
Apesar disso, o presidente de Junta Islâmica nunca recusou pontes com a sociedade ocidental e cristã que a rodeia. É exemplo o convite recebido, enquanto secretário geral da CIE, para a boda real do príncipe de Filipe de Bourbon com Letízia Ortiz. Ou a carta em papel timbrado da Casa Branca, com a assinatura do presidente dos Estados Unidos da América, em que George Bush lhe agradece a "promoção de uma mensagem de paz" e destaca a importância da fatwa anti-terrrista para que "outros muçulmanos levantem as suas vozes para condenar a violência".
Destaco ainda do mesmo artigo que Hashim Cabrera, pertencente à mesma Junta, "autor de vários livros sobre o islão contemporâneo (...), confrontado com o tema do terrorismo diz que "matar civis" ou !maltrar mulheres" são práticas condenadas pelo Corão, que o Islão é uma forma de vida e que a sua conversão em religião é o "princípio da sua decadência".
Do mesmo modo, acrescento eu, que o que respeita ao cristianismo e ao judaísmo.

Ando cheio de trabalho...


... e tenho-me esquecido de ir assinalando os novos posts do Alf, no Outra Margem. Vão lendo, vão lendo que o esforço dele merece-o.

17 novembro 2007

Ainda os há! (2)


Desta vez, o bastonário da Ordem dos Médicos. Alguém ouviu a entrevista que deu à SICNotícias há uns dias atrás? Digo-vos: um modelo de lucidez e de clareza, aliada à atitude de quem não manda recado! Como diria o Range-o-Dente, chapelada com vénia (dupla).

12 novembro 2007

Sequências


Primeiro, ouvi no telejornal que os pescadores portugueses estão a emigrar para Espanha e França. E isso fez-me relembrar a pesca como uma, historicamente, marcante e decisiva actividade de um país - já não me lembro de qual...! - com a maior extensão costeira da Europa.
Depois lembrei-me de António Sérgio, que dizia que Portugal foi uma invenção da burguesia marítima (do extremo ocidental europeu).
No telejornal seguinte deram-me a notícia de que uma fábrica têxtil do interior faliu por falta de clientes, deixando 130 trabalhadores no desemprego.
E o dia iluminou-se-me.

11 novembro 2007

Poeira nos olhos?


O Jumbo de Alfragide foi ontem encerrado pela ASAE devido à excessiva exposição ao pó dos alimentos, resultante das obras que ali têm lugar.
Acontece que essas obras, cujo objectivo é a construção de um enorme centro comercial, decorrem há muitos meses e a situação já esteve entretanto muito, mas mesmo muito mais complicada do que hoje, a quatro dias apenas da sua finalização e da consequente inauguração (com banda? e visitas oficiais?).
Deduz-se assim que a ASAE, que foi fiscalizando as condições de higiene ao longo do processo, só detectou a presença de poeira quando ela, em princípio, deveria ter desaparecido na quase totalidade.
Fico na dúvida sobre se houve ali alguns pozinhos... sabe-se lá de quê...!

Vejam...


... além deste, também este (sem esquecer este! - atenção ao final).

A ler com...

... atenção. E, já agora, mais isto - até apetece ser monárquico! (via Range-o-Dente)

08 novembro 2007

Como diz que disse?!


O ministro das Finanças diz que é um homem sério e que, quando avança com determinado valor como a percentagem realista de aumento salarial para a função pública, o faz tendo em conta a situação económica e financeira do país. Não sendo pessoa para negociatas, acrescenta, não propõe valores de base mais baixos para, depois, os alterar como se houvesse reconsiderado e cedido.
Homem íntegro e vertical, este! Mas então que sentido teve sentar-se à mesa de negociações?

05 novembro 2007

No Inimigo Público


Ainda os há!

Quero, com este post, prestar uma homenagem ao Presidente (do Executivo? da Assembleia?) da Junta de Freguesia de Vitorino de Piães (Ponte de Lima). Face à situação da funcionária que, contra o parecer dos próprios médicos, foi considerada apta para o trabalho pela outra Junta, a da Caixa Geral de Aposentações, não teve qualquer hesitação em afirmar que, do mesmo modo que aos traficantes de droga e a outros meliantes, não se pode deixar gente daquela por mais tempo sem julgamento. É bom saber que ainda há portugueses dignos de se intitularem como tal!

04 novembro 2007

Mas só para não dizerem...


... que não vos deixo nada de útil...

Olá a todos!

Isto por aqui tem andado muito mal de tempo! Por isso, limito-me por hoje a deixar-vos um pedacinho do texto de Vasco Pulido Valente, no PÚBLICO deste domingo.
(...) Este palavreado [dos economistas] esotérico esconde, como Portugal inteiro já está farto de saber, uma realidade básica: a impossibilidade de reduzir o pessoal e as funções do Estado, isto é, a impossibilidade da famigerada "reforma" que Sócrates prometeu e anda por aí a fingir que faz. Primeiro, porque os partidos, que são parte e parcela do Estado, não o permitiriam, mesmo quando na oposição pretendem que sim. Segundo, porque Sócrates, apesar do jogging, não tem feitio de suicida. E terceiro, porque se tornou dogmático na política indígena que tocar no estado Providência e num infinidade de "prestações sociais" (para usar essa palavra equívoca), sem utilidade ou justificação, provocariam um levantamento geral. A paralisia, no fundo, acabou por se tornar no verdadeiro destino do país. (...)
A maneira de resolver o irresolúvel é mudar os dados da questão.