03 outubro 2009

Afinal...

Fotografia de Willy Ronis
Atendendo ao que dele fui tendo oportunidade de ler ao longo destes anos, sempre tive Ferreira Fernandes na conta de pessoa de razoável lucidez. Talvez porque o que li também não foi muito. Digo isto porque ontem, no Expresso da Meia-Noite, programa da SICNotícias, num animado debate entre os responsáveis pelo programa (Ricardo Costa e Nicolau Santos), Alfredo Barroso, um destacado elemento do PSD e um professor universitário, de cujos nomes não me recordo, bem como o próprio Ferreira Fernandes, este, respondendo a uma questão do irmão do actual presidente da Câmara de Lisboa, "Quais seriam os ministros deste governo que, se fosse José Sócrates, manteria no próximo?", disse: "Apenas um: Maria de Lurdes Rodrigues".
Não me lembro de o ter ouvido depois justificar o que afirmou. Mas parece-me que só poderia havê-lo feito em razão de uma de duas perspectivas: ou porque considera positivo o trabalho feito pela ministra; ou porque pretende ver levado às suas últimas consequências o desgaste provocado na imagem de Sócrates pela orientação e medidas tomadas pelo Ministério da Educação. Qualquer uma destas possibilidades, porém, revela somente algo que foi objecto de vociferação minha num comentário que fiz a um post do blog Fundação Velocipédica e que o responsável do mesmo decidiu transformar num outro post: revela que Ferreira Fernandes (mais um!) não tem o menor conhecimento do que fala, permitindo-se, no entanto, com enorme desonestidade profissional e cívica, emitir opiniões sobre o assunto. É que ninguém, repito: ninguém, que tenha consciência do que é a escola ou o ensino, bem como as condições a que eles estão sujeitos em Portugal, pode desejar a continuidade das actuais políticas e equipa do ME. Nem mesmo para apear Sócrates de vez, sob pena de acrescentar e reforçar por mais décadas os prejuízos causados ao país pela acção demente de Maria de Lurdes Rodrigues e dos seus secretários.
Afinal, Ferreira Fernandes merece o jornal onde escreve: o Diário de Notícias.

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