Manuel António Pina, no JN de ontem, 27 de Janeiro de 2010
A notícia vem no DN: o Governo português comprometeu-se a emprestar a Angola até 200 milhões de dólares. Para isso, apesar da dívida externa do país ultrapassar já os 100% do PIB (e com as agências de “rating” a anunciar, em face disso, o aumento das taxas de juro da remuneração da dívida), o Governo irá contrair um (mais um) empréstimo. A boa notícia é que o mais certo é que parte desses milhões, ao menos a das “comissões” e das “contrapartidas”, acabe por voltar a penates, seja através das empresas e dos negócios do costume, seja em artigos de “griffe” como relógios de ouro Rolex e Patek Philippe, pulseiras Dior e H. Stern, roupas Ermenegildo Zegna e até… casacos de peles, comprados nas lojas de luxo de Lisboa sem olhar a preços. De facto, as elites do regime angolano constituem hoje, segundo uma notícia publicada pelo “Expresso” em finais de 2009, 30% do mercado de luxo português. Que isso nos sirva de conforto, aos pelintras contribuintes portugueses, quando pagarmos a escandalosa factura dos 200 milhões. Porque, como diria o gondoleiro de “Morte em Veneza”, haveremos de pagá-la.
A notícia vem no DN: o Governo português comprometeu-se a emprestar a Angola até 200 milhões de dólares. Para isso, apesar da dívida externa do país ultrapassar já os 100% do PIB (e com as agências de “rating” a anunciar, em face disso, o aumento das taxas de juro da remuneração da dívida), o Governo irá contrair um (mais um) empréstimo. A boa notícia é que o mais certo é que parte desses milhões, ao menos a das “comissões” e das “contrapartidas”, acabe por voltar a penates, seja através das empresas e dos negócios do costume, seja em artigos de “griffe” como relógios de ouro Rolex e Patek Philippe, pulseiras Dior e H. Stern, roupas Ermenegildo Zegna e até… casacos de peles, comprados nas lojas de luxo de Lisboa sem olhar a preços. De facto, as elites do regime angolano constituem hoje, segundo uma notícia publicada pelo “Expresso” em finais de 2009, 30% do mercado de luxo português. Que isso nos sirva de conforto, aos pelintras contribuintes portugueses, quando pagarmos a escandalosa factura dos 200 milhões. Porque, como diria o gondoleiro de “Morte em Veneza”, haveremos de pagá-la.
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