Os recentes casos ocorridos desde há um mês, em que
- um aluno, em estado de descontrolo emocional provocado por actos de violência de colegas sobre ele, se terá suicidado;
- um professor teve que receber assistência hospitalar, por um seu aluno o ter agredido com uma cadeira, a pretexto de uma nota injusta;
- um outro professor se suicidou, por não suportar o caos diário das aulas e os insultos que recebia na escola onde leccionava música
são a clara confirmação de que - ao contrário de países atrasados como o Japão, onde se continua a insistir na permanência, tecnicamente primária, do quadro negro e do giz, no obsoletismo da disciplina e num antiquado respeito pelo professor - a via impulsionada pelos quadros técnico- políticos que enxameiam o Ministério da Educação desde a entrada em cena da superior luz demagógica, perdão!, pedagógica do sr. eng. Roberto Carneiro, através da qual:
- se multiplica a obrigação de relatórios dos professores sobre si próprios e sobre os alunos, como forma privilegiada da constituição do enquadramento fundamental do acto educativo pela permanente reflexão sobre o mesmo, buscando as condições ideais a que deve obedecer o funcionamento harmonioso da comunidade escolar (para a próxima, após nova e cuidada reflexão, procurarei ser mais claro ainda - mas sempre em eduquês!);
- se melhora o aproveitamento destes, através da distribuição de computadores que, de tão pioneiros, merecem o nome de Magalhães,
constitui uma autêntica via rápida que nos encaminha, como fácil e presentemente já se pode observar à saciedade, para a elevada e humanista condição de guia espiritual do mundo vindouro.
O espelho de tudo isto consubstancia-se, por exemplo, na crónica de domingo passado, na PÚBLICA, do para sempre louvado Professor Doutor Daniel Sampaio, profundo conhecedor da realidade escolar e dos seus arredores, do alto de cuja fronte o futuro nos contempla, e que tanto tem vindo a contribuir, com a sua autoridade e postura, para a educação do nosso querido torrão natal. Nessa crónica, tão excelsa criatura que Deus nos providenciou para o devido aconselhamento dos transviados, propõe, como solução para o problema, a constituição de uma CAB (comissão antibullying) em cada escola, a qual estudará «formas de combater todos os tipos de bullying, físico, psicológico, social, pelas novas tecnologias (...)» e que, «a médio prazo, promove na escola a resolução de conflitos, a mediação escolar, o envolvimento dos pais e da comunidade (acções específicas) e a capacitação dos professores e dos auxiliares educativos». E termina com uma frase, que é um autêntico exemplo de um mandamento moral de um ser superior, fundamentada num conhecimento verdadeira e inquestionavelmente científico, meigamente admoestadora de todos os preguiçosos e que todos os justos, aqueles que, no fim, serão salvos, certamente venerarão: «Dá trabalho, mas é o único caminho.»
Outro exemplo ainda, ouvi-o eu, esta tarde, num telejornal, vindo da senhora Ministra da Educação, alçando, perante os jornalistas, da medida de dar maiores poderes às Direcções das escolas para suspenderem os alunos bulhentos, perdão!, bulharentos, perdão!, poluentes, perdão!, bulluyentes, assim atacando os problemas na sua raiz, para definitiva confiança de Portugal no primeiro-ministro José Sócrates.Tudo isto acompanhado por uma dúzia de caipirinhas e nada me perturbará o sono. Amanhã, o sol brilhará e que não me doa a cabeça!
2 comentários:
"(para a próxima, após nova e cuidada reflexão, procurarei ser mais claro ainda - mas sempre em eduquês!);
:))
Caráulio, Jaquim, caté pareces eu a phalar! Apoio a cem por cento, menos aquela piada ao Sócrates, que me parece merecer mais com um pano encharcado que com a tua fina ironia. Eu acho que só a coice, desculpa, isto sou eu a sonhar. E a dona alçanda, ou alcinda, pois, aquela cum rostinho de ingénua boneca russa e olhos de porcelana em alvo,azulinhos como estrelas no céu (dos pardais), isso, a versão "polícia bom" da rodrigues, que era a versão "polícia mau" do minestério da indocação, também me comove, cara...ai, carago.
E mais respêto plu doctor Daniel, olha quêle é inrmão doutro géneo, o ganda Jorze, o esprisedente, cara...ai, e tal.
Por isso é quê agora sô chinês, já nassepode ser pretuguês, tá munta cheia a pótria, ai, a pátria. Cum gente destas na dá.
Timbraço forte de apache e um bacalhau prá sussega.De mão drêta, qu'a isquerda...tu percebes. Cara...ai, carago.
Aparício Tancrédo
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