20 julho 2009

Pelos cabelos!


Recebi hoje uma carta da Lisboagás dando-me conta, no primeiro parágrafo, de que, desde o dia 7 deste mês, o atendimento comercial da empresa tinha deixado de se fazer nas Lojas Singer. E acrescenta, no segundo parágrafo:
"Estamos a trabalhar no sentido de garantir uma crescente capilaridade na nossa rede de atendimento de atendimento presencial, e nos próximos meses estamos em crer que poderemos apresentar-lhe uma rede renovada e orientada para o cada vez maior nível de exigência dos nossos clientes."
E isto levantou-me muitas dúvidas.
A Lisboagás não se limita a dizer, em português escorreito, que tenciona aumentar e alargar a rede de atendimento aos seus actuais e potenciais clientes. Não, fala em "garantir uma crescente capilaridade". Capilar tem a ver com cabelo e, além dessa referência óbvia, é também aplicável à rede de vasos sanguíneos de igual espessura. Mas uma rede de atendimento capilar, ná!, não faz sentido.
Só posso supor, por isso as coisas mais extravagantes: que os funcionários passem a ostentar obrigatoriamente trunfas de grande porte; que na Lisboagás seja vedado o emprego a carecas ou a quem apresente tendências para calvície (o que é manifestamente inconstitucional); que a empresa passe a dedicar-se, em paralelo, à venda de perucas; que esta carta tenha elementos secretos do tipo Código da Vinci...
O que não me passa pela cabeça, evidentemente, é que os funcionários que redigiram a comunicação sejam analfabetos funcionais com pretensões a escritor portador de baboseiras próprias do marketing político-comercial (é tudo a mesma coisa!) que, aos poucos, vai esvaziando a cabeça deste país.

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