04 junho 2010

Uma carta de Nicolau Saião


Caros/as confrades

Os tempos, de repente, aqueceram - e juro que não me refiro às perrices político-sociais em que certos cavalheiros e certas obscuras irmandades têm mergulhado o país para melhor nos envinagrarem, rapando-nos harmoniosamente as algibiras.
Hoje refiro-me mesmo ao Verão.
Então aqui, pelo Alentejo, tem sido de atabafar.
" - Mas o que é que este quererá, hoje com esta conversa sobre o Tempo e o Clima?" - perguntará ali o confrade/a confradesa do canto, que é atilado/a e indagador/a?
Não, não é por isso, pelo que ressalta das palavras de Marco Aurélio ("Os que não têm nada para dizer, quando se encontram ou falam do tempo ou do clima...ou dos anos em que eram meninos"). Que eu até tinha coisas para dizer. Muitas coisas. Mas se me ponho a desbobinar, deixando a voz ao correr da pena...lembrando-me por exemplo daquele senhor que o povão começou por estimar, depois - pelas suas arteirices velhacas passou a detestar...e agora, mercê das suas videirices, acaba por desprezar (o que há dias, a propósito do anúncio de apoio a uma candidatura, achou que era um erro por ser fala prematura - colocando assim a ética política, com a hipocrisia que lhe é própria, ao nível apenas do timing...), se me ponho dizia a desbobinar, correrei o risco de vos aborrecer por encher muito o discurso.
Queria ressaltar, apenas, que deveremos entrar em breve na oficial (!?) época dos fogos!
E assistiremos, decerto, a muitas reportagens galvanizantes nas TVs - se acaso o nosso premier, com a inteligencia pragmática que se lhe conhece e o robusto bom senso de "animal político" como se auto-designou numa feliz tipificação, não der indicações de silêncio nas fileiras, para não alarmar as consciências já de si alavarintadas das lusas gentes. Como fez no ano transacto, em que os fogos não diminuiram mas todos ficámos muito mais descansados...
"Olhos que não vêem, coração que não sente" , como diz o Outro.
E pronto, uma vez esclarecida a pequena dúvida, resta-me desejar-vos bom fim-de-semana. Por mim, garanto que o vou ter! Cá por coisas. Contos largos. Mas lá um pouco mais para diante vos contarei. Yep!
... E já me esquecia, mas emendo já a mão: o envio de hoje, dedico-o aos Bombeiros lusos, tantas vezes a contas com a gandulice societária de gente que nem sequer lhes dá os materiais de que precisam para fazerem o seu trabalho meritório.
Abrqs do
n.

O mesmo Nicolau Saião de quem poderão ler Flauta de Pan, se clicarem aqui.
Até já.

1 comentário:

Paulo disse...

"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos".

Charles Chaplin