Fui ontem surpreendido - se é que alguma coisa ainda me pode surpreender neste país e neste governo - com a notícia surgida no telejornal a que eu assistia, segundo a qual será obrigatório responder, no próximo censo populacional, à pergunta sobre qual a "orientação" sexual do "censado".
Demorei uns segundos a voltar a fechar a boca. O mesmo Estado que se recusou, noutro censo, realizado anos atrás, a incluir uma utilíssima e indispensável pergunta sobre o tipo e o grau de deficiência ou deficiências dos cidadãos, é o mesmo que agora pretende devassar a vida pessoal e a intimidade daqueles que, supostamente, deveria servir e proteger.
Por acaso, a minha "orientação" é a mais comumente instituída, sou um heterossexual impenitente. Mas afirmo, desde já, que me recusarei a responder à pergunta. Sejam quais forem as consequências que isso me acarretar. E que incitarei os meus concidadãos a fazê-lo.
Como diria uma conhecida personagem política, por acaso o sr. primeiro-ministro: "Era o que faltava...!". Era o que nos faltava, um Estado voyeur...!
2 comentários:
Também me recusarei a responder
José Simões
Eu não. Responderei, com maldade, má educação e muito cinismo: sou paneleiro, como muitos políticos portugueses, e dentro do paneleirismo sou coprófago.
E a seguir mandá-los-ei para a cona da mãe, com uns desenhos obscenos à mistura.
Para esses filhos da puta, assim é que se arriaga. É a linguagem que merecem.
Pedro Porrete
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