28 maio 2007

Coisas que não percebo 1


É do domínio público e da observação quotidiana que o número de filhos por casal em Portugal tem vindo a descer desde há muitos anos. Neste momento é 1,qualquer coisa, salvo erro.
A sra. Ministra da Educação nem sequer é engenheira, é mesmo socióloga e, portanto, sabe-o.
O Ministério que dirige aumentou para seis o número de anos durante os quais um manual deverá ser de uso obrigatório pela escola que o adoptou.
A justificação para essa medida assenta na necessidade de poupar as famílias às despesas excessivas com o material escolar, que assim poderia passar de irmão para irmão; e, secundariamente, para os professores poderem trabalhar melhor os manuais.
Terá a sra. Ministra informações sobre, por exemplo, alguma tendência, espontânea ou induzida, da população para se agregar segundo um escalonamento etário dos seus descendentes e, quem sabe, criar até Comissões de Prédio (ou quaisquer outras unidades habitacionais) para a Utilização de Manuais Escolares? Ou registos de qualquer planificação temporal de nascimentos entre os diferentes membros de uma ou mesmo de diferentes famílias, associações culturais ou clubes desportivos locais, etc., nesse sentido por todo o país? Por mim, confesso, a esse respeito, uma total ignorância e desconhecimento.
Quanto aos professores penso que, se achassem que deveriam trabalhar melhor o manual por eles próprios seleccionados, bastar-lhes-ia escolhê-lo uma segunda vez. Digo eu, não sei.
Nisto tudo apenas consigo ver como únicos verdadeiramente beneficiados os editores escolares, os quais garantem o escoamento do seu produto, e os consequentes ganhos, por um prazo significativamente mais alargado.
Vejo, mas não acredito.

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