21 maio 2010

Mea culpa seguido da devida reparação


Por vezes, não tenho tempo para abrir os e-mails que me enviam. Passo pela caixa, registo que me enviaram coisas novas, penso em vê-las mais tarde... mas, depois, continuo sem tempo, a memória falha-me, enfim...! Com tudo isto, estou em falta com muita gente (o José Travassos Valdez, por exemplo, que o diga, enviou-me material para um tema interessantíssimo, que ainda não pude explorar devidamente nem, por isso, pô-lo aqui à discussão), nem sempre respondo aos comentários, há textos que me enviam que perdem actualidade. Ontem, dei com este, que me enviou o meu caríssimo Nicolau Saião há quase três semanas. Subscrevo-o. Aqui fica.

No Fórum do jornal Público, o senhor Doutor Passos Coelho, augusto actual líder do PSD – que muitos vêem como o primeiro-ministro que ele apreciaria vir a ser (uma espécie de Sócrates 2) – afirmou que o problema de Portugal é ser calaceiro. Daí decorreram diversas intervenções. Porque hoje é domingo, esta foi a minha.

"O Espelhismo

Um dos comentaristas deste espaço diz que o problema são os portugueses...
E eu diria: sim os que têm "governado", na verdade dominado, os portugueses! Explico-me já: tenho estado em diversos países, onde há portugueses emigrados. E são em geral respeitados como bons trabalhadores e pessoas de bem. Creio que isto é conhecido. Mesmo em Portugal, acho que é uma desfaçatez, perante este povo que tem sofrido e, nos momentos difíceis, afinal salvo a nação com o seu esforço, chamar-se-lhe calaceiro. Eu diria então: calaceiro é o senhor, ou seja - a classe política a que o senhor pertence, esta classe política ardilosa, oportunista e passa-culpas que nos continua a amofinar e a ofender. E Você tem a memória curta, pelo que se nota: não certificou que foi no tempo de Cavaco, com a retórica de Cavaco, que se radicaram ilusões de fartura no Povo? Esse Cavaco que pelos vistos o senhor admira? Com Sócrates estivemos e continuamos aviados... com a complacência de Cavaco.
Parece-me que consigo não ficaremos melhor. E ainda a procissão vai no adro.
Haja deus! "

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