Já assinalei aqui, por mais de uma vez, o carácter de pasquim do poder que o Diário de Notícias tem assumido por diversas vezes desde há anos, sobretudo em épocas de maior aperto para o governo. Nestas últimas semanas, porém, é raro o dia em que o jornal não traz na página da frente uma noticia a atacar os professores ou a função pública em geral: ou são os mais bem pagos da Europa; ou é o Tribunal Constitucional que não se pronuncia sobre o estatuto da carreira docente, procurando insinuar que os sindicatos não têm razão; ou os funcionários públicos têm vencimentos superiores aos que são auferidos no sector privado. Na edição de ontem, por exemplo, afirma-se, em letras monumentais, que a função pública portuguesa é a que mais dias de férias usufrui na União Europeia.
O Diário de Notícias que, até ao 25 de Abril de 1974, foi o órgão informativo não oficial do regime, mantém-se assim na mesma senda, após um curto período, cerca de uma dezena atrás, em que um grupo de jornalistas jovens lhe incutiu um carácter simultaneamente sério e inovador. O velho Portugal pode, por isso, estar descansado, nada mudou, trinta e quatro anos depois. A herança continua intacta, a tradição ainda é o que era.
NOTA: Já repararam que o Bastonário dos Advogados veio defender José Sócrates no caso Manuela Moura Guedes, dizendo que nunca houve em Portugal tanta liberdade na Comunicação Social como com este governo? Descontando a inqualificável cretinice do programa e o tom mal-educado e agressivo da senhora, aproveito para relembrar o que escrevi há três meses (aqui e aqui) sobre Marinho Pinto.
NOTA: Já repararam que o Bastonário dos Advogados veio defender José Sócrates no caso Manuela Moura Guedes, dizendo que nunca houve em Portugal tanta liberdade na Comunicação Social como com este governo? Descontando a inqualificável cretinice do programa e o tom mal-educado e agressivo da senhora, aproveito para relembrar o que escrevi há três meses (aqui e aqui) sobre Marinho Pinto.
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