07 julho 2007

Impunidade até quando?


Poucos anos atrás, tendo-me sentido algo indisposto, na sequência de um problema respiratório, fui, por insistência de familiares, ao SAP do Centro de Saúde de Oeiras. Saí de lá numa ambulância para o Hospital de S. Francisco Xavier, por estar à beira de uma paragem cardíaca. E só ao final de uns bons meses a situação ficou definitivamente controlada, embora não tivesse chegado a ser internado.
Diga-se que não me ocorreria (nem sequer aos meus familiares) dirigir-me ao hospital, pela aparente pequena gravidade dos sintomas. No S. Francisco Xavier, dado o enorme afluxo de doentes, tive que esperar pela atenção de médicos, assoberbados de trabalho e incapazes, por isso, de acorrer de imediato até mesmo àquilo que era visivelmente urgente. Valeram-me as medidas prévias tomadas no Centro de Saúde para travar momentaneamente a degradação da situação. Devo, portanto, em primeiro lugar aos médicos de serviço no SAP nessa noite estar hoje ainda vivo.
O que o sr. Correia de Campos não refere, porque muito provavelmente não serve à lógica das suas intenções nem às do sr. eng. José Sócrates Pinto de Sousa, é que os Serviços de Atendimento Permanente, se não estão (e não deveriam estar?) equipados para responder a (pelo menos algumas) situações mais graves, também não são apenas retardadores da sua resolução, antes, como no meu caso, a possibilitam ou alertam para a urgência imediata de medidas adequadas.
Vem isto a propósito de me terem dito que o SAP do Centro de Saúde de Oeiras, que serve mais do que uma freguesia de um dos mais populosos concelhos do país, fechou a meio da passada semana. Não terão sido apenas os utentes a serem apanhados de surpresa pela medida, mesmo alguns dos médicos terão sabido dela somente na véspera, ao início da tarde.
O Hospital de S. Francisco Xavier, que fica a cerca de 15 km, não possui nem pode possuir estruturas que viabilizem uma resposta adequada e suficiente ao afluxo acrescentado que o encerramento deste serviço de urgência traz consigo.
De quantos crimes se permitirá que esta gente fique impune?

Sem comentários: