"A democracia no Paquistão é estimada e compreendida por uma pequena oligarquia, que ficou do Império, joga cricket e frequenta Oxford. Durou, pelo menos na sua forma exterior (e com uma ou outra ditadura pelo meio), enquanto durou a influência dessa oligarquia sobre a população. Hoje, com a população sublevada e organizada pelas madrassas, não faz sentido. A escolha deixou de ser entre um partido ou outro: a escolha é entre uma espécie qualquer de teocracia e uma ditadura militar. O Ocidente perceberá um dia que não existem “moderados” no islão. Tirando a tecnologia, o islão rejeita em grosso e por atacado, tudo o que o Ocidente criou e representa. A começar pela democracia."
"A blogosfera é tão avessa à crítica como os media tradicionais, com a agravante de que o envolvimento narcísico é tão forte que, mesmo dentro de blogues colectivos, a mais pequena fractura se torna explosiva. Os blogues não gostam de ser objecto de críticas e, como é óbvio, têm uma alta noção de si próprios e estão tão cheios de autocomplacência e de elogios mútuos que consideram um anátema qualquer discurso que lhes pareça exterior e que os ponha em causa, a eles e às regras do jogo que estabeleceram."
"A blogosfera é tão avessa à crítica como os media tradicionais, com a agravante de que o envolvimento narcísico é tão forte que, mesmo dentro de blogues colectivos, a mais pequena fractura se torna explosiva. Os blogues não gostam de ser objecto de críticas e, como é óbvio, têm uma alta noção de si próprios e estão tão cheios de autocomplacência e de elogios mútuos que consideram um anátema qualquer discurso que lhes pareça exterior e que os ponha em causa, a eles e às regras do jogo que estabeleceram."
Excertos de, respectivamente, Vasco Pulido Valente e José Pacheco Pereira, no PÚBLICO de hoje.
1 comentário:
A associação destes dois textos é interessante; no fundo, o segundo mostra que a democracia não agrada a quem tem alguma forma de poder, nem que seja o pequeno poder de ter um blogue.
A democracia é uma conquista dos povos, se calhar nem isso, apenas uma ideia de algumas pessoas...
Não será o Islão que é inimigo da democracia, mas a ignorância e o atraso. Sociedades grandes e atrazadas não me parecem geriveis por um sistema democrático. E querer à viva força impingir a democracia nessas sociedades só pode conduzir a desastres. Seria muito melhor pressionar os seus lideres mais ou menos ditatoriais a impulsionar o desenvolvimento do pais. A democracia surgirá em consequência.
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