13 novembro 2010

O caldinho


Cavaco Silva, perante a Nação, rosna ao Governo que deve fazer o trabalho de casa em vez de se esganiçar no ataque aos mercados. Carlos Costa, Governador do Banco de Todos Nós, afirma pública e sorridentemente, para indígenas e estrangeiros, que os mercados têm motivos para estarem desconfiados em relação a Portugal. O Governo titubeia, engrola palavras que já não lhe chegam para disfarçar o que sabe muito bem: que todos o querem ver pelas costas, se possível anteontem, e que só ainda lá está porque lhe levaram as muletas.
No PS, os abutres que até há pouco acampavam nas traseiras do engenheiro de domingo começam a esvoaçar em círculos, na mira de, lá do alto, lobrigarem um novo proprietário que, mais tarde ou mais cedo, venha a garantir-lhes a continuação do festim. Neste salve-se-quem-puder, Teixeira dos Santos talvez tenha, entretanto, percebido finalmente o valor económico do provérbio "É na adversidade que se conhecem os amigos".
No meio disto, o país - pobre, grunhificado pelos bons serviços dos pedagogos do Ministério da Educação e pelas duas socráticas ministras, com uma cultura cada vez mais próxima da mercearia - agoniza. E duvido que a cura se fique por um caldinho de coelho.
(se querem algo mais impacientemente humorístico, cliquem no Jumento).

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