22 setembro 2007

Um e-mail que recebi


A educação em Portugal...relatório da OCDE

O nosso Presidente da República referiu nas primeiras horas de 2007 que queria resultados imediatos na educação... pois, mas não vai ter enquanto tivermos um governo que hostiliza os professores, a escola pública e os trabalhadores do estado em geral. E ele também não faz nada para melhorar a situação.O relatório OCDE sobre ensino revela o que o ministério da educação sabe mas esconde cobardemente de forma a virar os portugueses menos esclarecidos contra os que labutam dia a dia por um ensino público de melhor qualidade. *Os **PROFESSORES* * em Portugal não são assim tão maus...* Consulte a última versão (2006) do Education at a Glance, publicado pela OCDE aqui.
Se for à *página 58*, verá desmontada a convicção generalizada de que os professores portugueses passam pouco tempo na escola e que no estrangeiro não é assim. Nesse estudo é apresentado o tempo de permanência na escola, onde os professores portugueses estão em 14º lugar (em 28 países), com tempos depermanência superiores aos japoneses, húngaros, coreanos, espanhóis, gregos, italianos, finlandeses, austríacos, franceses,dinamarqueses,luxemburgueses, checos, islandeses e noruegueses.
Se considerarmos apenas países da UniãoEuropeia, Portugal ocupa a 7ª posição em 19 países,portanto acima da média de tempo de permanência na Escola. No mesmo documento poderá verificar, na *página 56*, que os professoresportugueses estão em 21º lugar (em 31 países) quanto a salários, e em15ºlugar de 22 países europeus. Na *página 32* poderá verificar que, quanto a investimento na educação em relação ao PIB, estamos num modesto 19º lugar (em 31 países) e em 23º lugar(em 31 países) quanto ao investimento por aluno. E isto, o governo não manda publicar...mas não faz mal, divulgamos nós para que se SAIBA A VERDADE.
DIVULGUEM, SFF...

5 comentários:

antonio ganhão disse...

Fonix! Que susto! Não voltas a fazer-me isto! Coloca a foto da senhor em very small e ao canto!

Vou ter pesadelos!

alf disse...

Meu caro Joaquim Simões, sobre esta coisa dos professores, há algo que eu não resisto a comentar - e isto aplica-se a professores, juizes, médicos, etc, etc.:

O objectivo do trabalho do professor é, no mínimo, conseguir que os seus alunos passem nos exames. Ora os professorees portugueses não estão a conseguir isso. Se não estão deviam estar preocupados com o assunto há muito tempo, deviam ter feito propostas, muitas propostas, entrado em greve, etc. Isso é que seria ser responsável, ao nível da responsabilidade profisional exigivel a um professor. Porque um professor, um médico, um juiz, não é um mero operário que executa como lhe mandam - é alguém a quem se entrega uma missão que ele tem de conseguir realizar, independentemente das dificulades, falta de meios etc.

Vemos as vozes que se levantam contra o novo código penal. Que agora não vai ser possível investigar os crimes económicos! Agora???? Mas alguma vez algum crime económico foi julgado? é preciso descaramento. Já percebi o que tanto arrelia essa gente: o novo código impõe prazos!!

Muitos médicos mal poem os pés no hospital. Sei de quem cobra fortunas em horas extraordinárias sem fazer uma. O Governo põe ponto. Vem logo o bastonário reclamar que os médicos estão ao serviço dos doentes e não do ponto!

Eu sei por experiência própria que aí uns 90% das pessoas são excelentes profisionais se devidamente enquadrados. Mas se se deixa as coisas à balda, os outros 10% fazem com que tudo se abandalhe. Põr ordem, exigir disciplina, é a forma de cortar as vazas a esses 10%. A seguir o ambiente fica muito melhor, as coisas começam a funcionar doutra maneira e os 90% sentem-se muito mais felizes e realizados. E ficamos todos a ganhar. Menos esses 10% é claro. Não façamos coro com eles.

RioDoiro disse...

Alf:

"Mas se se deixa as coisas à balda, os outros 10% fazem com que tudo se abandalhe."

Eu suponho que não são sequer necessários 10%. 5% fazem estrago suficiente para se poder considerar total: bastam que sigam as normas.

Se por um lado os professores se foram 'funcionalizando' por outro foram-lhes tiradas todas as 'armas' (substituidas por normas bacocas) capazes de convencer os alunos que é mesmo suposto aprenderem. Os professores foram desarmados e nem pestanejaram porque os "amanhãs que cantam" estreitavam a cada esquina.

... se a teoria não se adapta à realidade, a culpa é da realidade ...

Em apoio da sua tese, que dizer da greve dos professores, há um par de anos, exactamente aos exames?

Para quando uma greve em apoio à verdade nas avaliações?

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alf disse...

Amigo Range-o-dente, para mim, o pecado original da falha do sistema educativo está no pré-primário. Com a imensa quantidade de pais analfabetos e a viver com o ordenado mínimo ou abaixo disso, todas as criancinhas deles dependentes não têm oportunidade de abrir a cabeça antes de chegar à escola. E aos 6 anos as cabeças já estão fechadas em grande extensão. O pré-primário é vital para alterar a situação. Isto não é novidade nenhuma, toda a gente sabe isto, mas fecha os olhos e é isso que me indigna. Porque, no fundo, o que muita gente com poder de decisão pensa é: o sucesso dos filhos dos outros pode comprometer o sucesso dos meus filhos... lá voltamos à estória do balde dos caranguejos portugueses...

As greves dos professores foram resolvidas com aumentos de ordenados, não com melhorias no sistema.

Apesar do meu desabafo, não culpo os professores, não estaria na mão deles alterar as coisas. Sei até que muitos professores fizeram um esforço grande para aumentar a exigência em relação aos próprios professores, tentar enquadrar os tais 10 ou 5% que tudo estragam, inventando-lhes tarefas nas bibliotecas e coisas assim; e nessa linha, não sou muito crítico em relação à actuação da ministra, ela está apenas a dar sequência áquilo que já era o pensamento de muitos professores com responsabilidade nas escolas.

Os bons professores sentem-se indignados com coisas que ela diz e faz; mas não é com esses professores que ela está preocupada, é com os outros 5 ou 10% que andam caladinhos que nem ratos, a ver por onde é que se hão de escapar. Eu conheço quem.

Portanto, os professores em geral não têm de se sentir preocupados com esta ministra, em minha opinião. As mudanças trazem sempre melhorias para os profissionais sérios. Estas mudanças são sempre no sentido da meritocracia. Claro que há um momento de receio, mas há uma vontade firme de conseguir melhorar a eficiência do sistema e isso é uma janela de oportunidade para os tais 90% de professores empenhados na sua missão. Penso eu, que já passei por várias situações destas noutras áreas profissionais...

ablogando disse...

Alf, a coisa é muito mais complexa e com um maior número de alçapões do que imagina.
O Range-o-Dente tem razão quando afirma: "Se por um lado os professores se foram 'funcionalizando' por outro foram-lhes tiradas todas as 'armas' (substituidas por normas bacocas) capazes de convencer os alunos que é mesmo suposto aprenderem. Os professores foram desarmados e nem pestanejaram porque os "amanhãs que cantam" estreitavam a cada esquina."
Isto que ele diz é uma parte muito importante da verdade quanto ao que se passou, passa e, tanto quanto me parece, infelizmente se passará ainda mais. Mas que precisa de ser munto ben esplicadinho, como diria um alentejano, para que não haja equívocos.
Quanto aos juízes, desconheço a situação, mas quanto aos médicos e enfermeiros, tanto quanto sei, a coisa é, na sua essência, semelhante ao que se passa no ensino.
Conversaremos sobre isso um destes dias mais próximos.