19 janeiro 2011

Dois em um

René Magritte, Decalcomania

Dois textos deliciosos de uma só vez.

3 comentários:

Anónimo disse...

Tentei responder no Fiel Inimigo a um tal senhor Stefan Beenderhaven, que cinicamente (ou papalvamente) tenta sujar o post do Carmo da Rosa, ainda que de forma aparentemente civilizada.
Não consegui, porque a caixa de comentários de lá agora é diferente e eu entendo mal as interactividades. Assim sendo, deixo aqui o meu comentário:
"Eu gostaria de dizer: não é verdade que Auschwitz e Sebrenica, entre outros matadouros, façam parte da nossa tradição. Eles são, sim, aquilo a que se chama "outsiders facts" da tradição, que é construída sim de consciencia e civismo. Os argumentos, nomeadamente de taxar de desconhecidos os congressistas, como se a Justiça e a Verdade fossem exercícios de notoriedade e dela dependentes, como refere o cripto-fascista Beenderhaven (a despeito do que pensará de si mesmo)é aquilo a que se chama o "efeito suma cum laude", ou seja: não importa que tenhas razão, importa é que sejas gente de gabarito, assim um simples arroto terá valor probatório. Era desta forma que, na URSS, Alemanha Hitleriana e, agora, muitas vezes entre nós, se tenta sufocar protestos legítimos, ora com o pretexto de que não se tem autoridade (?), ora com o de que se quer é protagonismo.
Churchil mostrou como responder aos Stefans,encenadamente "civilizados"ou despejadamente "testemunhas falsas": "Levantar bem a cabeça e manter a pólvora seca!".
E o resto é conversa em que não embarcamos.
josé de lencastre"

Carmo da Rosa disse...

José de Lencastre,

Stefan Beenderhaven é meu amigo de longa data, não é fascista, também não é um esquerdista, é apenas um intelectual liberal. Além disso não creio que queira sujar o meu nome porque precisa de mim para traduzir os seus artigos para português; eu preciso dele para corrigir os meus textos em holandês; dou-me muito bem com a mulher; tem um humor impagável e dentro de dias vou lá comer a casa. Como vê, mesmo que quizesse não seria o momento ideal para sujar o meu nome!!!

Não, o Stefan apenas difere ligeiramente das minhas opiniões sobre o Islão. (Aliás, o comentário dele refere-se a outro post do Fiel Inimigo: Assinar a Petição).

Para ser mais preciso, ele, como eu, acha que o Islão não interessa nem ao menino Jesus - nisto estamos plenamente de acordo. A diferença consiste no facto de ele estar absolutamente convencido que a sociedade holandesa tem a capacidade de domesticar o Islão à força de boas intenções e muita tolerância… Eu sou mais céptico - é só esta a nossa diferença sobre esta temática.

Mas uma pequena diferença pode dar pano para muita manga, quando ambos gostam de escrever e de polémica…

Anónimo disse...

Muito bem: não é cripto-fascista (e não fascista, o que é diferente como bem saberá). Daqui lhe tiro pois o meu chapéu cordialmente.
Com fraternal ironia, sem acinte mas determinação é então, eventual e alegadamente (risos) aquilo a que se chamaria, com afecto, um "idiota útil", à guisa do Flinders da apreciada série "Os Simpsons", que sem que façam por isso são em geral muito mais perigosos para o seu semelhante do que os fascistas mesmo. E porquê? Porque, com a utilidade que o seu deles qualificativo indica, fazem/deixam nas calmas passar a ideia de que os bárbaros (sejam eles criadores de Srebrenicas ou de Twin Towers, são passíveis de morigeração ou, até, civilização. E que no fundo, se tratados com doçura, deixam de nos degolar.
E têm um hábito de uma atroz ternura - dizem geralmente: "o Homem é perverso" ou, como agora no coment em causa, "a nossa tradição", o que generalizando a questão coloca tudo em tábula rasa e dá pano para estas mangas: "se todos somos mauzões e culpados, também merecemos comer da canja". Ora, por exemplo Você, por exemplo eu, por exemplo a maior parte dos nossos leitores, não pertencêmos nem pertencemos ao grupo de algozes srebreniquianos - eu a minha tradição é a de ser alentejano, ou seja, índio honorário e "mísero aedo", para citar o mísero professor sério como o carago.
Creio que fui claro.
Endosso daqui um shake-hands a Stefan e, sem acinte, peço-lhe que se deixe de ingenuidades, pois como na célebre estória de Hitchcock arrisca-se, a continuar assim, a acordar um dia com a cabeça debaixo do braço.
Porque aqueles pandilhas não brincam em serviço e o kalifado não é uma miragem mas uma realidade - e Vocês bem o sabem na Holanda - mais próxima do que o que se pensa...
Saudações do
Lencastre