16 janeiro 2011

"Uma candidatura perigosa"


É assim que Fernando Nobre classifica a sua própria candidatura, pela independência e equidistância em relação às forças partidárias. E isso faz-me, antes do mais, desconfiar da sua qualidade profissional.
Porquê? Porque um médico tem que ser, naturalmente, entre outras coisas, detentor de uma excelente memória. E Fernando Nobre parece esquecer-se das diversas declarações de apoio político que já manifestou. Neste vídeo, por exemplo (via Lisboa-Telaviv), de há pouco mais de um ano... E poder-se-ia encontrar outros, anteriores, em que se declarava virado para diferentes horizontes ideológicos.
Reconheço-lhe o maior mérito enquanto organizador de uma estrutura de saúde com a dimensão da AMI, que tão útil se tem mostrado ao país. Como profissional, porém, estes "apagões" deixam-me de pé atrás. Daí pensar que, se a sua candidatura é perigosa, o é, antes do mais, pela deriva e falta de clareza que as suas falhas de memória sustentam.
Mas, se por acaso o encontrar, ainda vou perguntar-lhe se a vaidade não será uma doença tão dolorosamente mortal como a de Alzheimmer.

1 comentário:

Anónimo disse...

Subscrevo absolutamente. Foi isso que me fez afastar de um possível apoio a FNobre. Para além da colagem que, segundo aparenta, lhe fez o soarismo, com o chefe da banda à frente.
Um homem que se propõe salvar ou ajudar a salvar este país não devia consentir, e repudiar liminarmente, a proximidade de um dos homens que, se teve o mérito de aceitar o que Salgado Zenha lhe "impôs", esclarecendo-o para que não fosse hipócrita, ou seja o desmascarar de Cunhal, teve depois arroubos de vaidosa cegueira política que foi altamente gravosa para Portugal.
Não se pode servir a dois senhores, F.Nobre. Nem pode estar-se a bem "com deus e com o diabo", isto simbolicamente e sem conotações indevidas.

ns