
30 setembro 2007
Reencaminhando

A viagem, através de florestas geladas e planícies brancas a perder de vista, demorou cerca de cinco horas.
Não fora ser crítico do projecto TGV e conhecer a realidade económica e social desses países, daria comigo a pensar que os nórdicos, emblemas únicos dos superavites orçamentais, seriam mesmo uns tontos. Se não os conhecesse bem perguntaria onde gastam eles os abundantes recursos resultantes da substantiva criação de riqueza . A resposta está na excelência das suas escolas, na qualidade do seu Ensino Superior, nos seus museus e escolas de arte, nas creches e jardins-de-infância em cada esquina, nas políticas pró-activas de apoio à terceira idade. Percebe-se bem porque não construíram estádios de futebol desnecessários, porque não constroem aeroportos em cima de pântanos nem optam por ter comboios supersónicos que só agradam a meia dúzia de multinacionais.
O TGV é um transporte adaptado a países de dimensão continental, extensos, onde o comboio rápido é, numa perspectiva de tempo de viagem/custo por passageiro, competitivo com o transporte aéreo.
É por isso, para além da já referida pressão de certos grupos que fornecem essas tecnologias, que existe TGV em França ou Espanha (com pequenas extensões a países vizinhos). É por razões de sensatez que não o encontramos na Noruega, na Suécia, na Holanda e em muitos outros países ricos. Tirar 20 ou 30 minutos ao Lisboa-Porto à custa de um investimento de cercade 7,5 mil milhões de euros não terá qualquer repercussão na economia do País. Para além de que, dado hoje ser um projecto praticamente não financiado pela União Europeia, ser um presente envenenado para várias gerações de portugueses que, com mais ou menos engenharia financeira, o vão ter de pagar.
CABE à Oposição CONTRAPOR.
CABE AOS CIDADÃOS MANIFESTAREM-SE!!!
CABE À TUA CONSCIÊNCIA REENCAMINHAR OU DEIXAR FICAR.
Mário Soares...
Egrégios avós

28 setembro 2007
Sublinhado meu

Superiores interesses

27 setembro 2007
26 setembro 2007
A histeria do ódio

O divino, os carnavais e coisas que tais 3

Fernando Pessoa dizia: “Aconteceu-me um poema”. A minha maneira de escrever fundamental é muito próxima deste “acontecer”. O poema aparece feito, emerge, dado (ou como se fosse dado). Como um ditado que escuto e noto.
É possível que esta maneira esteja em parte ligada ao facto de, na minha infância, muito antes de eu saber ler, me terem ensinado a decorar poemas. Encontrei a poesia antes de saber que havia literatura. Pensava que os poemas não eram escritos por ninguém, que existiam em si mesmos, por si mesmos, que eram como que um elemento do natural, que estavam suspensos, imanentes. E que bastaria estar muito quieta, calada e atenta para os ouvir.
Desse encontro inicial ficou em mim a noção de que fazer versos é estar atento e de que o poeta é um escutador.
É difícil descrever o fazer de um poema. Há sempre uma parte que não consigo distinguir, uma parte que se passa na zona onde eu não vejo.
Sei que o poema aparece, emerge e é escutado num equilíbrio especial da atenção, numa especial da concentração. O meu esforço é para conseguir ouvir o “poema todo” e não apenas um fragmento. Para ouvir o “poema todo” são precisas duas coisas: que a atenção não se quebre ou atenue e que eu não intervenha. É preciso que eu deixe o poema dizer-se. Sei que quando o poema se quebra, como um fio no ar, o meu trabalho, a minha aplicação não conseguem continuá-lo.
Como, onde e por quem é feito esse poema que acontece, que aparece como já feito? A esse “como, onde e quem” os antigos chamavam Musa. É possível dar-lhe outros nomes e alguns lhe chamarão o subconsciente, um subconsciente acumulado, enrolado sobre si próprio como um filme que de repente, movido por qualquer estímulo, se projecta na consciência como num ecrã. Por mim, é-me difícil nomear aquilo que não distingo bem. É-me difícil, talvez impossível distinguir se o poema é feito por mim, em zonas sonâmbulas de mim, ou se é feito em mim por aquilo que em mim se inscreve. Mas sei que o nascer do poema só é possível a partir daquela forma de ser, estar e viver que me torna sensível - como a película de um filme - ao ser e ao aparecer das coisas. E a partir de uma obstinada paixão por esse ser e esse aparecer.
Deixar que o poema se diga por si, sem intervenção minha (ou sem intervenção que eu veja), como quem segue um ditado (que ora é mais nítido, ora mais confuso), é a minha maneira de escrever.
Assim algumas vezes o poema aparece desarrumado, desordenado, numa sucessão incoerente de versos e imagens. Então faço uma espécie de montagem em que geralmente mudo não os versos mas a sua ordem. Mas esta intervenção não é propriamente “inter-vir” pois só toco no poema depois de ele se ter dito até ao fim. Se toco a meio o poema nas minhas mãos desagrega-se. O poema “Crepúsculo dos Deuses” (Geografia) é um exemplo desta maneira de escrever. É uma montagem feito com um texto caótico que arrumei: ordenei os versos e acrescentei no final uma citação de um texto histórico sobre Juliano, o Apóstata.
Algumas vezes surge não um poema mas um desejo de escrever, um “estado de escrita”. Há uma aguda sensação de plasticidade e um vazio, como um palco antes de entrar a bailarina. E há uma espécie de jogo com o desconhecido, o “in-dito”, a possibilidade. O branco do papel torna-se hipnótico. Exemplo desta maneira de escrever, texto que diz esta maneira de escrever, é o poema de Coral:
“Que poema de entre todos os poemas
página em branco?...”
Outra ainda é a maneira que surgiu quando escrevi o “Cristo Cigano”: havia uma história, um tema, anterior ao poema. Sobre esse tema escrevi vários poemas soltos que depois organizei num só poema longo.
E por três vezes me aconteceu uma outra maneira de escrever: assim o poema “Fernando Pessoa” apareceu repentinamente depois de eu ter acabado de escrever uma conferência sobre Fernando Pessoa. E o poema “Maria Helena Vieira da Silva ou itinerário inelutável” emergiu de um artigo sobre a obra desta pintora. E enquanto escrevi este texto para a Crítica apareceu um poema que cito por ser a forma mais concreta de dar a resposta que me é pedida:
Aqui me sentei quieta
Com as mãos sobre os joelhos
Quieta muda secreta
Passiva como os espelhos
Musa ensina-me o canto
Imanente e latente
Eu quero ouvir devagar
O teu súbito falar
Que me foge de repente
Durante vários dias disse a mim própria: tenho de responder à Crítica. Sabia que ia escrever e sobre que tema ia escrever. Escrevi pouco a pouco, com muitas interrupções, metade escrito num caderno, metade num bloco, riscando e emendando para trás e para a frente, num artesanato muito laborioso, perdido em pausas e descontinuidades. E através das pausas o poema surgiu, passou através da prosa, apareceu na folha da direita do caderno que estava vazia.
Ninguém me tinha pedido um poema, eu própria não o tinha pedido a mim própria e não sabia que o ia escrever. Direi que o poema falou quando eu me calei e se escreveu quando parei de escrever quando parei de escrever. Ao tentar escrever um texto em prosa sobre a minha maneira de escrever “invoquei” essa maneira de escrever para “ver” e assim a poder descrever. Mas, quando “vi”, aquilo que me apareceu foi um poema.
Queria, em primeiro lugar, fazer notar aos mais distraídos que o poema que "aconteceu" a Sophia de Mello Breyner condensa tudo o que o texto diz. Em seguida, que o processo de criação estética por ela descrito é comum a todos os artistas fundamentais da nossa cultura (ocidental, em sentido lato, mas também nisso são seguidos pelos orientais). Note-se: todos! Paul Klee dizia mesmo que quando pintava era como se o seu braço estivesse a ser guiado por alguém de quem ele era apenas o veículo. A obra não é um produto surgido de uma deliberação, esta segue-se como aperfeiçoamento de uma intuição, seja lá o que isso signifique.
Por último, seria interessante ter em atenção o testemunho de diferentes cientistas (Niels Bohr, por exemplo) sobre o papel da intuição, do sonho, inclusivamente, na ciência. Einstein, a propósito de Edison, falava do "génio" como sendo "um por cento de inspiração e noventa e nove por cento de transpiração". Desta sabemos todos, da outra... bem, parece que eles sabiam alguma coisa.
No post seguinte desta série procurarei clarificar o que aqui deixo à consideração de quem me leia, bem como sistematizar algumas questões. Talvez lá para o final de sexta-feira, uma vez que entre amanhã e quinta me será muito difícil fazer mais do que comentar alguma "tourada" menor.
25 setembro 2007
24 setembro 2007
O divino, os carnavais e coisas que tais 2

Uma diz respeito ao salto que frequentemente se dá, na argumentação, entre fé e religião. Esse salto só pode ser dado - e, mesmo assim, com várias reservas - quando se trata das religiões do Livro. Porque não existe qualquer fé no budismo ou no taoísmo, por exemplo, mas unicamente uma intuição radical, total, num plano semelhante ao que Descartes aponta como fundamento do conhecimento em si mesmo e que Platão e, em particular, Plotino, (para não falar de Hegel, de outra maneira) entenderam como o momento da sua aquisição definitiva. Uma coisa, porém, é intuir a existência do divino como fundamento de tudo e de mim mesmo, outra, a religião, que só pode provir de uma revelação divina ou de inferência humana sobre o que essa intuição traz consigo, incluindo as normas e os ritos destinados a confirmar e a celebrar a alegria desse encontro com a fonte eterna da vida.
Mas, como diz o mesmo Descartes, é preciso tornarmo-nos em atletas da intuição, aprender, pela prática continuada do exercício de pensar, a distinguir aquelas que são claras e distintas das nebulosas, das que ainda carregam em si elementos estranhos ou indevidamente ligados no raciocínio.
É por isso que, ao contrário do que o próprio Galileu disse, convictamente ou por conveniência, e que a partir daí foi usual dizer, a religião nem sequer pode ter a ver seja o que for com a moral. Na medida em que a intuição do divino varia, a ética que lhe está associada também; a única ética possível de ser associada à atitude religiosa é, assim, o respeito pelo outro enquanto participante ou criação do divino, quer dizer, enquanto nosso semelhante.
A religião como fundamento de normas morais, isto é, massificada, isto é, politizada, é o maior perigo que há, na medida em que estabelece uma antropologia definitiva e limitadora e qualquer uma que as estabeleça só pode vir a contar, mais tarde ou mais cedo, com as contradições entre a "razão" e a vontade, a revolta e a auto-destruição. Se a religião se arrogar ainda a acrescentar-se uma visão cosmológica será, como o foi para a cristandade ao arrepio dos Evangelhos, a tragédia que se viu, das quais ainda estamos em saldos de fim de estação. Essa é a forma abastardada da compreensão do divino, geradora de conflitos e sem a qual as pessoas viveriam bem melhor.
A intuição é um prelúdio ao conhecimento e, simultaneamente, um seu horizonte e quer um quer o outro exigem o desvelamento subsequente. A intuição do divino envolve a descoberta do encadeamento dos fenómenos na procura de os integrar no significado, no sentido da existência, mas apenas isso.
Pretendo eu dizer com isto que a dúvida é mais importante do que a crença e que o verdadeiro religioso é o que abençoa a própria dúvida? Sim. Só isso, obviamente, o tornará digno perante o seu deus, porque não o terá amado por cobardia ou medo, mas porque o quer amar face a face. E não é preciso sair do nosso século: só os “crentes” se escandalizaram e procuraram negar as dúvidas da Madre Teresa de Calcutá, vindas a público num livro publicado recentemente.
Pretendo eu dizer com isto que a esfera do religioso é semelhante à esfera do saber científico, sob este aspecto? Mais uma vez, sim. Então porque é que uma parte da humanidade não possui intuições sobre o divino ou se limita a crendices com interesses muito concretos? Possivelmente porque, da mesma maneira que há quem tenha intuições fundamentais em algo de tão abstracto como o raciocínio matemático ou estético, há quem as tenha em relação a um possível divino. Um ateu não tem essa intuição, do mesmo modo que Fernando Pessoa seria, talvez, um péssimo músico ou o excelente médico X, que demonstra uma intuição extraordinária para se orientar no meio de uma floresta de sintomas que a maioria dos seus colegas não consegue, será um péssimo artista plástico, porque não tem intuição espacial. Porquê? Dizer que está nos genes, não responde a nada: os genes são a expressão de uma possibilidade que a eles próprios permitiu que existissem e que lhe é obvia e necessariamente prévia. Haveremos de o saber, se decifrarmos o sentido da existência humana.
Um ateu vive muito bem, obrigado, se não vier um gajo qualquer dizer-lhe que é um deficiente “intuicional”. Vem um “crente” dizer-lhe: “Olha, não é por mal, mas tu és coxo de crenças, eu sou melhor do que tu, sou escorreito e o melhor é perceberes que se não for eu guiar-te, estás feito”. Não há paciência! Compreende-se! “Deficiente? Já te viste ao espelho, oh!, geniozinho da lâmpada?”. E não é que o ateu está carregado de razão? Se Deus fez o mundo, os ateus também são filhos dele, e portanto, se os fez que os ature; se formos todos deus, esquecidos de que o somos, os ateus lembrar-se-ão disso quando lhes for conveniente. Não se discute a existência do sentimento poético; quanto aos poemas, gosta-se ou não se gosta, estão de acordo com o nosso caminho ou acrescentam-nos. E eu posso não gostar ou mesmo recusar o que me traz uma determinada concepção do divino, senti-la mesmo contra a minha natureza (esse Paraíso violenta-me, meu!). A minha natureza é um facto e se a teoria não contempla o facto, é porque não é verdadeira. O problema é do teorizador.
Não aprendi isto sozinho. Passo a explicar: quando era jovenzinho, um dos amigos que fiz a certa altura tinha-se convertido recentemente ao islamismo. Se hoje em dia isso ainda seria maioritariamente considerado bizarro, nessa altura era mesmo quase inconcebível. A estranheza e a curiosidade que, naturalmente, lhe demonstrei geraram muitas horas de conversa entre os dois, bem como as minhas leituras do Corão e, depois, de livros de outras religiões que ele lera, antes da conversão, à mistura com os ateus Sartre e Nietzsche, de quem ele gostava particularmente.
Um dia em que fui até lá a casa, encontrei-o a falar com um amigo dele, que estudava o budismo. Entrei na conversa e, a dado momento, perguntei ao outro se ele acreditava em Deus. O meu amigo (parece-me estar ainda hoje a ver a cena) que estava de olhos baixos, ouvindo-nos, levantou de repente a cabeça, como se tivesse sido picado e disse-me num tom quase ríspido: “Pá!, isso não se pergunta a ninguém!!”. Fiquei tão surpreendido que não soube o que fazer e calei-me, sem sequer lhe perguntar porquê. Só descobri o que ele queria dizer e a sua reacção alguns dias depois. E nunca nenhum de nós chegou a falar com o outro sobre o assunto (escusado será dizer que ele não tinha grande apreço pela comunidade muçulmana portuguesa). Entretanto, tinha lido uma frase de Nietzsche de que nunca mais me esqueci: “Desconfiai dos berradores”.
Por hoje, chega. Quero que vocês se lixem. Nem revejo o texto, nem nada. Vou jantar, que já é tarde e tenho fome, seja lá qual for a razão que me fez com essa necessidade.
Até amanhã.
23 setembro 2007
22 setembro 2007
Um e-mail que recebi

O nosso sistema de saúde é dos melhores do mundo

20 setembro 2007
Os novos obscurantistas - adenda
O divino, os carnavais e coisas que tais 1

Anos atrás, um amigo emprestou-me um livro de poemas de um seu avô já falecido, com quem tivera uma relação muito funda e terna. Pediu-me para ter um enorme cuidado com ele, uma vez que não só fora ele próprio que lho oferecera como era também o único exemplar que restava.
O avô fora um dos grandes cientistas portugueses do século XX (omito aqui também aqui em que área desenvolveu a sua actividade) e Einstein enviara-lhe uma carta extremamente elogiosa, convidando-o a trabalhar com ele nos Estados Unidos. Tal nunca veio a acontecer, por motivo de obrigações diversas, mas a família guardou sempre, com orgulho compreensível, a carta de Einstein.
Os poemas que encontrei no livro eram de uma beleza extraordinária. Toda uma concepção do cosmos era ali dada, numa visão de grandeza e maravilha, a que se juntava uma emoção profundíssima assente na experiência vivencial de um intimismo que provinha da busca de si mesmo e da raiz, lugar e significado da vida no universo. Lendo-os, veio-me à memória uma frase não me lembro de quem (Isadora Duncan?) que dizia que nenhum compositor americano conseguira, como a poesia de Whitman, traduzir o espírito e a intensidade emocional da América miticamente pioneira.
Os poemas do avô do meu amigo tinham exactamente essa música dentro de si, impregnando-nos de uma dimensão cósmica e libertadora, de um longe que se encontrava mesmo ali, dentro de nós. Quem quisesse, podia encontrar neles a síntese do que, segundo o neto, constava e era a inspiração dos trabalhos teóricos que fez ao longo da sua vida. Neles estava, em estado puro, a intuição que, posteriormente, procurara testar e explicitar de uma forma matemática e discursiva. E a visão do universo presente nessa intuição exigia, de uma maneira apenas poeticamente exprimível, admitir a existência do divino.
Voltei a entregar o livro e, estranhando nunca ter ouvido falar daquele nome, perguntei ao meu amigo que explicação dava para que ele fosse tão pouco conhecido. Respondeu-me que o avô nunca se preocupara com isso e que a sua avó, mal ele morrera, decidira destruir todos os exemplares, por considerar que ser crente e, além disso, poeta, era, num cientista, indício de qualquer problema do foro psicológico, uma das lamentáveis “maluquices” indiciadoras de uma excentricidade socialmente embaraçosa e comprometedora. Apenas aquele escapara, porque nunca soubera da sua existência.
A avó do meu amigo ignorava que, tempos antes, Openheimmer afirmara publicamente, provocando incredulidade, espanto, engulhos ou escândalo de muitos bem-pensantes, que os melhores livros de física que lera haviam sido os Vedas, os quais, com os Upanishades, formam o conjunto dos livros sagrados do hinduísmo. E duvido que isso sequer lhe interessasse.
A mim, porém, que nunca liguei a morte do meu pai à consumação da minha autonomia, antes sempre lamentei as incompreensões mútuas que impediram a nossa maior aproximação e amizade, não me fez impressão a presença de um deus pessoal nesses poemas; aceitei-o, enquanto parte essencial de uma visão profunda do Todo, embora o meu conceito de qualquer divino não inclua a relação paternal. E passados demasiados anos, a herança poética e a visão do mundo do avô do meu amigo, de quem desconheço o presente paradeiro, continua desconhecida e os meus compatriotas, por isso mesmo, mais pobres.
18 setembro 2007
Prevejo que nos próximos dois dias...
17 setembro 2007
Os novos obscurantistas

16 setembro 2007
Abobrinha

Cliquem no link aí ao lado.
15 setembro 2007
Vergonhoso!

14 setembro 2007
Medalha de mérito para o sr. Scolari!!

13 setembro 2007
Ainda a visita do Dalai Lama

Criou-ma m'nha menzinha p'ra isto...!

Frases que talvez possam mudar o mundo

12 setembro 2007
10 setembro 2007
Dúvidas minhas

09 setembro 2007
Uma anedota que me enviaram ontem

Um bebedolas entra num bar e pede ao balcão três cafés.
- Três cafés? - Pergunta, atónito, o empregado.
- Sim, um para mim, outro para ti e outro prá puta da tua mãe.
No dia seguinte, o mesmo bebedolas repete o mesmo pedido, no mesmo café e ao mesmo empregado:
- Três cafés...
- Três?...
- Sim. TRÊS... Um para mim, outro para ti e outro prá puta da tua mãe.
Desta vez o empregado "passou-se", saiu do balcão, agarrou no bebedolas e deu-lhe uma sova e peras!
No dia seguinte, todo entrapado, o bebedolas vai na mesma ao café, dirige-se ao balcão e o empregado com um sorrisinho cínico pergunta-lhe:
- Então, três cafezinhos, não é verdade?...
- Não, responde o bebedolas, só dois: um para mim e outro prá puta da tua mãe! Pra ti não, porque o café "altera-te" o sistema nervoso...
08 setembro 2007
07 setembro 2007
Para que não se diga que eu só digo mal...!

06 setembro 2007
Comentário

A 7 de Agosto, algures entre a costa tunisina e a ilha italiana de Lampedusa, dois pescadores tunisinos, regularmente inscritos no departamento marítimo de Monastir, socorreram em alto mar 44 imigrantes sem papéis, entre os quais 11 mulheres e duas crianças, pouco antes da barca em que iam se afundar. Recolhidos, os pescadores levaram-nos até porto seguro, em Lampedusa.
Por causa disto, os sete homens que constituíam a equipagem das duas embarcações, foram presos pelas autoridades italianas. Contra eles foi aberto um processo legal a 14 de Agosto, na cidade de Agrigento, no Sul de Itália. que se pode concluir com uma condenação até 15 anos de cadeia. Acusação: favorecimento da imigração clandestina e tráfico de seres humanos.
Depois destes acontecimentos, repetiram-se casos em que embarcações legais quebraram o princípio da solidariedade no mar, para que as suas equipagens não incorressem em risco de prisão.
Palavras para quê? Amanhã realiza-se em Agrigento uma vigília de solidariedade que exigirá a mudança da lei. Vários eurodeputados - incluindo este vosso servidor - subscreveram um apelo que exige da Comissão Europeia e do governo italiano o fim da criminalização de quem proceda ao salvamento de náufragos, incluindo aqueles que a lei designa como “ilegais”.
"Quer dizer, funcionou o princípio da cobardia! Em vez de uma manifestação de solidariedade que incluísse partir aquela m... toda, se preciso fosse, deixaram morrer náufragos! Em vez da desobediência civil, a traição à solidariedade mais básica! É a continuação e o reforço da impunidade dos que praticam a arbitrariedade! É a defesa do opressor, reforçando a opressão sobre os e pelos oprimidos!Acho que a sua acção como deputado deveria ser não apenas a exigência da alteração da lei italiana como mas também a de um castigo exemplar para quem infringiu a lei do mar!
Vamos a isso?
Depois logo se fala do problema da imigração clandestina..."
Mas tenciono voltar ao(s) assunto(s).
Para terminar por hoje em beleza...

05 setembro 2007
O sonho de um louco

04 setembro 2007
O que é que há de estranho ou de escandaloso nisso?

Pensamentos cruzados

03 setembro 2007
Apreensões

02 setembro 2007
A ler

É que...

... estou mesmo a queimar os últimos cartuchos!