20 maio 2011

O factor oculto


Passos Coelho terá, muito provavelmente, ganho o debate com o sr. engº Sócrates. Em primeiro lugar, porque construiu uma barreira reflectora à vozearia da cassete do actual primeiro-ministro, não deixando que a atenção do espectador passasse para segundo plano as consequências da acção do governo. Em segundo lugar, porque desfez sucessivamente as mistificações que Sócrates procurou fazer em relação a conteúdos presentes no programa do PSD, reforçando, deste modo, a ideia de que, bom ou mau, existe neste uma linha definida e novas soluções, que se contrapõem às permanentes contradições e deriva a que o PS submeteu o país. Em terceiro lugar, porque foi de uma aparente e veemente autenticidade que o fez surgir como pessoa, em contraposição à qual o primeiro-ministro se assemelhava a um agressivo fantoche falante.
Mas, apesar de tudo isso, talvez José Sócrates tivesse, ainda assim, ganho o debate se, no subconsciente de quem o ouvia, não ecoasse em surdina o estribilho que avassalou, como nunca antes, Portugal no decorrer destes seis anos: "Mentiroooso, mentiroooso, mentiroso, men-ti-rooo-so!". Porque, contra factos, não há argumentos.

4 comentários:

Carlos Alberto disse...

Hoje ia ficando nauseado com o Sr. Engº Sócrates.

Como é possível que um primeiro-ministro que se recandidata não ter o minimo orgulho no que fez e tentar discutir uma 'possível' revisão constitucional?

Felizmente perdeu em toda a linha. Quando até o João Marcelino e o Emidio Rangel dizem que o PPC não perdeu significa que o inimputável foi massacrado!

Anónimo disse...

Mentiroso e agressivo. Um tiranete ridículo que se pensa um salvador como os seus amigalhaços, e não por acaso, Chávez, Zapatero, Soares e etc, toda essa gente que servida por uma intensa propaganda manipulatória como se fôssemos asnos a quem enganar, tem escavacado a sociedade que lhe caíu nas mãos enclavinhadas. E não o digo por acaso, quem teve o detalhe de reparar no gestualismo do indivíduo em causa pôde ver como as mãos se lhe contraíam, de desespero ou de raiva, sempre que o seu oponente o desmascarava calmamente.
Vade retro, socrática lusa figura.

Silva Barreto

ablogando disse...

Carlos Alberto:
O pão feito por um bom padeiro caracteriza-se pela sua consistência; o que é obra de um mau padeiro, pelo vazio interior, devido ao excesso de fermento que ele lhe pôs para apresentar um volume que não corresponde ao conteúdo. Sócrates sempre se dedicou aos fermentos, não seria agora que falaria de outra coisa.

ablogando disse...

Silva Barreto:
Má-educação e agressividade sempre foram apanágios de Sócrates. E em Portugal muita gente continua a confundi-las com virtudes políticas maiores. Mas, mesmo esses, já se vão cansando de tanta grosseria, até porque começam a estar fartos de que as consequências lhes caiam em cima.