Malhoa, A sesta
Penso que, apesar do ano do centenário da República terminar apenas daqui a dois meses e meio, os republicanos ainda estarão a tempo
- uma vez que, em 5 de Outubro de 1910, decidiram acabar, à estalada, com a ditadura de João Franco, derrubando, em simultâneo, a monarquia que a instituíra e apoiava, libertando e desenvolvendo o que era, à época, o país mais atrasado e com o maior número de analfabetos da Europa;
- e uma vez que, cem anos depois, o historial da República é um rol de pequenas sucessivas ditaduras, as quais deram, de seguida, justificação à mais longa ditadura europeia, a qual, por sua vez, justificou uma revolução que levou ao poder uma nova ditadura, legitimada pelo voto, de pequenas oligarquias corruptas, cuja acção culmina neste ano com o Orçamento de Estado que se conhece e com o número de analfabetos diminuído somente através de decretos onírico-ideológicos sobre a educação;
de fazerem a devida reparação, aos monárquicos e ao povo português em geral, dos efeitos dessa sua violenta birra adolescente, devolvendo o país ao regime que lhe deu origem e o manteve como tal durante oito séculos.
Que é para, depois, o povo português - seja lá isso o que se quiser! - correr com todos, monárquicos vetustos e republicanos pugreçistas, a pontapé até para lá da fronteira ou da praia do Guincho, que ao fim de quase novecentos anos, segundo fontes bem informadas das Regiões Celestes, já ganhou um lugarzinho no Céu.
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