27 outubro 2010

Porque - 1



... digo eu, segundo o Diário de Notícias,


«Portugal teve o terceiro menor crescimento económico do mundo na última década (6,47%), ganhando apenas à Itália (2,43%) e ao Haiti (-2,39%), numa lista de 180 países publicada pelo El País com base em dados do FMI.

Embora o jornal espanhol reconheça que "quando as economias alcançam um certo nível de desenvolvimento, o ritmo de crescimento abranda", salienta que, particularmente nos casos de Portugal e Itália, verificou-se aquilo a que os académicos chamam de crescimento em L, à semelhança do Japão, que leva de avanço não uma, mas duas décadas perdidas.

Este modelo caracteriza-se por um prolongado período de estagnação económica, com crescimentos próximos de 0%, desemprego elevado, fraco consumo e excesso de capacidade produtiva. O maior receio é agora que o mesmo modelo alastre aos outros países desenvolvidos, se não forem tomadas as medidas adequadas.

"Japão, Itália e Portugal têm em comum esse padrão de crescimento em L, que se traduz num círculo vicioso da economia e que muitos economistas atribuem à ausência de uma política fiscal restritiva, controlo das contas públicas e redução do endividamento", com a dívida pública a rondar os 30% do PIB em Itália, quase 80% em Portugal e 217% no Japão, lê-se no artigo. E cita o professor da IE Business School Rafael Pampillón, que defende que a falta de competitividade e a rigidez destes mercados explicam como se chega a manter um crescimento tão débil durante tanto tempo, conclusões em boa parte partilhadas pela Comissão Europeia e pelo FMI.

Por último, o jornal lembra que, apesar das enormes quantidades de dinheiro injectadas na economia, o crescimento custa a descolar, exemplificando com os Estados Unidos.»


e que, segundo a TSF,


«De acordo com o quarto relatório da Comissão Europeia para a Eficácia da Justiça, apesar do elevado número de juízes e magistrados em Portugal, a Justiça nacional é uma das mais morosas da Europa.

Os juízes em final de carreira ganham muito mais em Portugal do que no resto da Europa, adianta o mesmo documento.

Em reacção a estes números, o bastonário da Ordem dos Advogados disse que «95 por cento das reformas de toda a função pública, incluindo as dos políticos, superiores a 5000 euros mensais são de magistrados», que ainda acumulam subsídios e ajudas de custos, na sua opinião, desnecessárias.

António Marinho Pinto entende que estes «privilégios escandalosos» reflectem o «atraso da Justiça portuguesa» e fala na «incapacidade dos dirigentes políticos em resolver este problema».

O bastonário defendeu que a progressão na carreira seja feita «pelo mérito», bem como o fim dos «compadrios, favoritismos e nepotismos» que considera existirem nestas progressões.

«Os magistrados fazem o que querem da Justiça portuguesa e a sociedade não instituiu ainda meios de escrutinar a acção dos magistrados», lamentou.»


penso que Nicolau Saião terá também razão para dizer isto (publicado ontem no Fundação Velocipédica):


«Uma notícia da Agencia Financeira, em cujo Fórum tivemos ensejo de participar, refere concretamente que Sócrates apesar de ter cortado muitos direitos adquiridos à população - nomeadamente em relação a crianças, idosos e doentes - não retirou um euro à dotação da verba que lhe foi atribuída para viagens (e crê-se que a sua despesa de chamadas de telemóvel anteriormente avaliada, de cerca de 140 mil euros, também não sofrerá nenhuma decapitação).

É importante e faz sentido esclarecer:

- neste momento Portugal já não é claramente um país de Direito. A irresponsabilidade, a impunidade soez e a exacção são já um dado adquirido por parte das forças governamentais. Vive-se já aquilo a que se chama tecnicamente "uma ditadura de propósitos", que se caracteriza pelo abuso emanado do Estado e consentida pelas suas emanações oficiais, Sistema Judicial incluído. Quando não estimulada mesmo pelo sentido de impunidade criado por estas.
Não esqueçamos, todavia, que a Carta dos Direitos do Homem tem uma alínea que garante ao Povo o direito de insurreição quando o abuso é manifesto.

Pensemos nisto de maneira aberta e sem "clandestinidades" pois a Constituição Portuguesa, signatária da carta dos Direitos do Homem, garante-nos essa possibilidade legal. E se a repressão vier, brutal como nos tempos de Dias Loureiro, ela é que estará fora da Lei, sendo na ocasião “foras da lei” os seus próceres.»

1 comentário:

Anónimo disse...

O que se passa em Portugal é já intolerável. Assim, foi criada uma Comissão Instaladora da Associação para Análise dos Meios Jurídicos (APAME), integrada por diversas personalidades como Jorge Perestrelo, Manuel Paes de Ornelas, Rodrigo de Matos Robustinho, Jorge Manuel de Gaillard Nogueira, Irineu Cortes de Andrade e Pedro Filipe Posão.
A APAME analisará os casos de corrupção ética, abuso de poder, mancomunação e desleixo e, posteriormente, levará esses casos aos Órgãos competentes da União Europeia e, se necessário, da ONU.
Em breve daremos notícia do endereço e de que que forma se pode aderir à Associação.

Pel'A APAME

Mário Fuster de Carvalho