11 outubro 2010

O azar e a necessidade

Um texto de Nicolau Saião, que recebi hoje de manhãzinha:

As televisões, no seu espaço noticioso, hoje abriram com uma local de enorme importância: "Se o Orçamento não for aprovado, determinando a queda do governo, Cavaco nomeará Jaime Gama para formar o novo executivo".

Notícia significativa e que, independentemente do valor que se possa atribuir a Gama, é um raio de luz no corredor cinzento em que os próceres governativos, liderados por esse inenarrável José Sócrates com a sua entourage de áulicos e apparatchikis, mergulharam o País.

Sócrates, simulador compulsivo com ponta de megalomania governamental, é hoje uma presença nefasta que urge afastar do convívio com o Poder. Ficará na História como um émulo de Vasco Gonçalves pelo destrambelhamento governativo que levou a Nação a um caos, como um irmão espiritual de Cunhal pela demagogia, a untuosidade e o tripúdio sobre os cidadãos de menor poder económico e pela hostilização a que submeteu as classes profissionais como, por exemplo evidente, os professores, servido pela prepotência dura de Lurdes Rodrigues ou a suave e hipócrita de Isabel Alçada.

Como referiu num título célebre Budd Schulberg, "O que faz/fazia correr Sócrates?". Incapacidade de ver e sentir que arrastava com ele Portugal para o monturo? Ou receio de que, abandonando o Poder, muitas e variadas "coisas" lhe iriam cair em cima, com responsabilização assustadora?

Não o sabemos - nem o curamos de saber. A necessidade uniu-se ao azar, como se costuma dizer: azar por ele ter tido ensejo de ser o "chefe da banda" durante demasiado tempo. Necessidade, imperiosa, de não o deixarmos doravante tocar mais música...!

ns

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