22 março 2011

Comunicado ao Mundo e, por inerência, a Portugal

(fotografia bifada aqui)

... são as palavras que encabeçam este e-mail que há pouco recebi e que transcrevo de seguida:

«É este o título do Comunicado que, como uma bomba (lagarto, lagarto!), ao fim da manhã caiu nas redacções dos principais órgãos de comunicação estrangeiros e, claro, lusitanos – que, e aqui deixamos a pequena crítica, são sempre os segundos a receber as notícias, boas e más, como aliás sucedeu com a coisata do PEC…

No entanto, em abono da verdade seja dito que o Sr. Presidente de todos os portugueses e o Sr. Presidente da Assembleia de alguns aspas aspas, também. Do mal o menos…

Mas vamos a factos.

Foi aí por volta do meio-dia que o ex-comandante assessor Tomás Figueira, antigo operacional da secreta primo-ministerial que recentemente se demitiu passando a ser guarda-costas e secretário porta-voz do Grande Pensador, distribuiu aos mídias o Comunicado que damos a seguir, subscrito pelo Doutor José Jagodes que, desta forma soberana, constitucional e interventiva, sai da clandestinidade a que se votara por deliberação própria e depois de, e citamos, “muito matutar com os meus botões e aqui com a ajuda do Figueirinha, gajo firme e bem informado que, também ele, já estava farto de se rir e chorar por causa das facécias televisivas do Grande Líder”.

E agora vejamos o Comunicado:

“Portugueses!

Uma vez que se impõe e dados os perigos que estão a espreitar a Pátria, entendi que devia deixar a clandestinidade ou seja as férias sabáticas em Linda-a-Velha e colocar-me na disponibilidade para o que for preciso e a Nação quiser.

Devo dizer, antes de passar às linhas programáticas, que o maior mas mesmo grande perigo sucedeu quando o Engº resolveu deixar as actividades profissionais e dedicar-se à política, mas enfim, adiante. E agora que finalmente parece que nos vamos ver livres da sua figura, do seu talento para actuar nos limites do Óscar e, até, adicionalmente, da sua governação pouco menos que genial e inspirada, é altura de pensarmos em coisas sérias e não nos importarmos, até, que o colega dele venha a querer malhar na malta enquanto o outro, com boquinhas blandiciosas, procura adormecer-nos com cantigas de ninar.

Ao Sr. Presidente, meu antigo colega de natação nas férias passadas nas doces praias do Allgarve, eu solicito que seja firme, que não se faça pastel como o Dr. Soares que só sabe vir com angústias e declarações angustiosas agora que a Fundação corre o risco de ir para o maneta na onda da austeridade. Já que ele não se consegue calar, faça tudo ao contrário do que ele disser, que aquilo é um raposão com que há que ter o maior cuidado. Lembre-se do que ele lhe fez quando Vossência era primeiro-ministro…

Ao sr. Doutor Rebelo de Sousa, galhardo nadador-comentador nas águas poluídas (?) do Tejo para tratos eleitorais-camarários, solicito que por algum tempo (aí uns trinta anos) se iniba de traçar cenários políticos, com aconselhamentos que antolham catástrofe na certa.

Ao Sr. Jerónimo de Souza, que ao menos não dê elogios ao Kadafi, mais que não seja por este ser colegão (conforme inúmeras fotos de Estado mostram) do seu adversário figadal sr. Eng. ainda primeiro-ministro. Ser, o prendado líbio, apoiado concomitantemente por comunistas e socialistas é algo de escabroso que a meu ver até cria caspa nos ideólogos mais reputados.

Ao sr. Dr. Passos, única esperança pelos vistos que resta ao depauperado erário inexistente nacional, solicito que pelas alminhas não deixe que o rateio continue. Eu até diria, a bom entendedor, “no Job for the boys” e mesmo com alguns assertivos a pressionarem-no eventual e alegadamente, não vá na conversa porque senão isto pode mesmo dar gangada da grossa! Olhe que as oportunidades estão a apertar-se e a Merkel não brinca em serviço.

Por último, eu gostava de suplicar ao Dr. Portas (não é o careca) que francamente tentasse ficar a valer na História, tendo um gesto simultaneamente grande e valeroso: como a lógica é de partidos, fazer força para que isto não se transforme totalmente num circo, numa charlotada pegada.

E, adicionalmente, não mostre muito os dentes à maralha, para que ela não se ponha com piadas parvas.

A crise, se a soubermos aproveitar, pode ter aspectos muito positivos.

Um já aconteceu: pensar-se que, daqui a uns tempos, não mais teremos o ensejo e o ordálio de ver e ouvir nas pantalhas as frases enervantes do Dr. Lacão.

Fico, a finalizar, à disposição da Pátria para, sabe-se lá, como reserva moral, colaborar como Presidente da República após o recolher do Sr. Prof. Cavaco.

Viva tudo, menos naturalmente os que há anos nos chateiam o dia-a-dia!

JOSÉ António de Lencastre JAGODES, Esquire»

1 comentário:

Anónimo disse...

Este indivíduo sócrates andar à solta é causa de indignação e intranquilidade pública. Ponham-no em prisão preventiva e, depois de julgado com todas as garantias de defesa, se for considerado culpado pela ruina da Nação e pela miséria moral que estimulou, enxovia com ele.

Vitor Lemos